Em 21 de março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Lembrada anualmente, a data é uma forma de conscientizar e fomentar cada vez mais a inclusão

O Dia Internacional da Síndrome de Down (DISD) é lembrado amanhã, 21. Nesta data, a intenção é aumentar a conscientização e criar uma voz global única para defender os direitos, inclusão e bem-estar das pessoas com o chamado “cromossomo do amor”.

As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células ao invés de 46, como a maior parte da população. As crianças, jovens e adultos podem ter algumas características semelhantes, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas. Os cromossomos carregam milhares de genes, que determinam todas as características.

Tudo em dobro

“Ele vai precisar do dobro de amor”. Isso foi o que o médico especialista falou para Odete e Olívio Pasini sobre o filho, Henrique, que tem síndrome de down. Hoje, aos 26 anos, o jovem é uma pessoa alegre, que recebe e distribui muito amor e carinho para os pais, as irmãs Mirian e Lílian, os sobrinhos Cristian e Bráian, demais familiares e conhecidos. Por onde passa, encanta e deixa a sua marca registrada. “Moramos na comunidade São Carlos, no Conceição, e temos muitos parentes aqui. Todos conversam e o Henrique é muito despachado. As coisas evoluíram muito em duas décadas”, considera Odete.

Segundo a mãe, ele é um rapaz dócil, com facilidade em aprender diferentes coisas. “Não dá trabalho algum. Agora, que não tem aula, canta, dança, não tem limitação alguma. O criamos como as nossas meninas e tratamos de igual para igual. É bem inteligente, gosta de jogar vídeo game, pintar, assistir filmes e faz academia. Ele é como uma outra pessoa, só demora mais para aprender as coisas, mas aprende, é só ter paciência”, revela Odete.

O importante desta relação, sem dúvida, é uma boa conversa. “Deixamos ele bem à vontade. Entretanto, explicamos e conversamos bastante sobre como ele deve se portar. Mas, nisso tudo, o principal é o amor, em primeiro lugar, e depois vem a educação”, explica.

Henrique afirma seus passatempos preferidos e, é claro, todo o carinho que tem pela família. “Gosto de jogar vídeo game e fazer bike na academia. Amo muito minhas irmãs, minha mãe e meu pai, que é meu melhor amigo, meu super-herói e ídolo”, enfatiza.

Relação com a Apae

O rapaz frequenta a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) desde pequeno, segundo a mãe. “Começou a fazer fisioterapia com uma professora, com três meses. Depois, já um pouco maior, coloquei em uma escolinha, que muito auxiliou. Ficou cinco anos lá e fez uma avaliação para verificar se podia ir em um colégio normal ou não, mas ele tinha que ficar na associação. Até tentei tirar e colocar em uma escola, mas não deu certo”, pondera.
Odete revela que o trabalho produzido é muito importante para o desenvolvimento de cada uma das pessoas que frequentam a associação. “A equipe da Apae é muito boa e especializada no trabalho. Ele está frequentando a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e está indo bem. Com a pandemia, apesar de não estar indo lá estudar, os professores mandavam trabalhos e estudávamos juntos. Ele aprende muito e recebe elogios dos profissionais”, salienta.