A Emater foi criada no ano de 1955 e um ano após já nascia o escritório da extensão rural em Bento Gonçalves, sendo um dos primeiros do estado. O atual chefe de escritório da unidade do município é Thompsson Didoné, formado como Técnico Agrícola, graduado em enologia e horticultura e pós-graduado em Gestão de Cooperativas, Didoné atua desde 1997 na entidade. Segundo ele, um dos principais problemas encontrados pelo agricultor é a questão de produção.

Natural de Ciríaco, trabalhou nos municípios de Presidente Lucena, Tupandi e Pinto Bandeira, posteriormente vindo para Bento. De acordo com Didoné, que ressalta a importância do trabalho em parcerias realizado pela unidade, os profissionais atendem os distritos do município e possuem um cadastro de aproximadamente 1600 famílias. “Houve uma época em que tínhamos mais técnicos, até porque a unidade abrangia Monte Belo e Santa Tereza. Hoje temos alguns, acredito que poderia ter um número maior, mas conseguimos dar conta do serviço. Temos um enólogo, um tecnólogo de alimentos, uma pessoa específica para a parte de bem-estar social, além da secretaria e
da auxiliar de serviços gerais”, comenta.

Para que seja possível a realização de visitas aos agricultores familiares, a unidade aposta na otimização da estrutura organizacional, que objetiva melhorar progressivamente os atendimentos. “Dividimos os Distritos por técnicos para termos um atendimento mais individualizado. Isso não significa que quando um colega sai para realizar algum curso o outro não supra as necessidades, pelo contrário, a equipe é unida. O nosso atendimento consiste em realizar visitas pelo menos uma vez por semana nas sub-prefeituras, verificarmos se tem algum recado, atendermos nosso público, realizarmos projetos e eventuais demandas que possam surgir”, relata.

Segundo ele, o maior problema do agricultor é produzir, além de ter alguns entraves quanto à questão monetária. “Hoje temos a tecnologia produzida na Embrapa de cobertura de vinhedos e pomares e até mesmo de estufas, que auxilia principalmente na questão de minimizar riscos, provendo uma garantia extra aos agricultores. Acredito que a curto prazo muitos vão aderir. Ampliando essa tecnologia o produtor pode aumentar a produção, vai ter a redução na aplicação de defensivos e terá menos doenças. O investimento no início é caro, mas se dilui ao longo do tempo e dá ao produtor a garantia de ter uma boa produção”, afirma.

O chefe de escritório também ressalta que importantes programas são trabalhados no município. “Um deles é o programa municipal de agroindústria, que visa apoiar as empresas do nosso município. Quanto à questão do vinho colonial, temos desenvolvido, desde 2010, por iniciativa da Emater, o programa de resgate desse produto, agora a legislação está praticamente pronta para que o produtor possa fazer seu registro. As linhas de crédito possibilitam que o agricultor tenha crédito e adquira tecnologia, mudas de qualidade, insumos para a produção, quer dizer, temos inúmeros fatores e politicas públicas que beneficiam o agricultor. Temos deficiências, sim, como a questão da nota fiscal eletrônica, pois muitos têm problema de internet no interior, pois muitas não tem. De maneira geral estou muito contente com nosso interior, o produtor está capitalizado sim, tem um nível de vida bom, evidentemente que esse estilo de vida é resultante de um trabalho árduo, porque não é qualquer pessoa que faz o serviço que eles fazem, e todo trabalho tem a sua recompensa”, finaliza Didoné.

 

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