Alguém já se perguntou porque eu escrevo? Eu já.
Não é para entender o título agora, porque é sobre um início que virou passado e sobre um início de algo que ainda não existe. Não me xinga, só me acompanha.
Inspirada no filme que assisti ontem (segunda-feira), A Primeira Noite de Crime (meu Deus, Andressa), o texto de hoje é uma pequena e importante parte do início da minha vontade de escrever e consequentemente, das minhas colunas por aqui. Talvez não seja a história mais linda, mas com certeza é cheia de significado. Afinal, não posso vir aqui e jogar um monte de filosofia barata e esperar que vocês acreditem só porque quero.
Eu fui a menina dos diários. Tenho todos guardados e os reli diversas vezes. Na infância e adolescência, o diário foi meu melhor confidente. Ele não opinava, apenas ouvia. E eu sabia que podia contar com ele. Fui crescendo e, aos poucos, não havia mais tempo para o meu amigo. Deixava mensagens pesarosas em suas folhas, dizendo “Hoje o dia foi corrido”, “Hoje o dia foi uma m%$@” “Hoje não quero falar nada, apenas dormir”, “Hoje vi o fulano”.
Até que um dia, os diários transformaram-se em agendas. Agendas são frias e calculistas. Lá estão meus gastos mensais, a consulta com o dentista, o dia que inicia aquele curso, as reuniões com os clientes, e todas as anotações que eu puder fazer, menos sobre eu mesma.
Senti que fiquei devendo algo.
Em 2016, tive a feliz oportunidade de criar esse espaço para escrever. Sobre tudo, sobre a vida, sobre minhas opiniões, sobre coisas legais que os jovens como eu (que?) gostariam de ler. Não devo ter agradado a todos, até porque vim aqui humildemente só compratilhar umas ideias, mas mesmo assim até hoje, a repercussão é, em sua maioria, positiva. E isso já me deixa imensamente feliz.
No início fiquei tão empolgada, escrevi uns quatro textos e a cada dia tinha mais ideias. Até chegar um dia que as ideias cessaram. Afinal, criatividade não nasce em árvore.
Tem dias que espero até o último minuto para escrever, porque é preciso. Em outros, tenho ideias no chuveiro, dirigindo, de madrugada, em qualquer horário. Elas não colaboram.
Então pensei que isso poderia ser parte do meu diário da vida adulta. Vivemos tantas coisas, que acho injusto quando não conseguimos lembrar de tudo. Subjetivamente – às vezes nem tanto, aqui estão registradas minhas memórias, as pessoas que eu amo e outras nem tanto assim. O que aprendemos com aquela situação, como contornamos, o que não vamos mais fazer de agora em diante. Se vasculharmos nossa mente, encontraremos aquele dia, mas nunca com tanta intensidade como quando escrito com sentimento.
Por isso hoje desafio vocês a escreverem sobre um dia muito bom (pode ser algo negativo, mas o final precisa ser feliz), sobre uma fase da vida, sobre qualquer coisa que o emocionou de alguma forma. Eu ia adorar receber esse texto, pode me mandar anonimamente ou dizer que a história é do amigo do amigo, que vou acreditar. Quem sabe você não tenha uma linda surpresa?