Durante anos os enlatados foram ícones de uma despensa prática, mas fora de sintonia com a saúde. Ainda assim, as vendas no Brasil continuam em alta. Cresceram 22% no ano passado em relação a 2013. Saiba, porém, que isso não é uma má notícia para quem preza um cardápio balanceado. Aquele papo de que a lata é um poço de conservantes não procede em boa parte dos produtos. Às vezes o enlatado leva até vantagens sobre a versão in natura. Na lata dá pra conservá-los cinco anos mantendo suas características nutricionais intactas. É que o aço, matéria-prima da embalagem, veda a entrada de luz, ar, umidade… Com essa proteção, é possível recorrer a menos aditivos. Alguns itens, aliás, são cozidos dentro da lata. Se isso coíbe micróbios, por outro lado elimina vitaminas. Sim, como você verá a seguir, existem prós e contras nessa história.

Sardinha

A versão enlatada pode deixar a fresca a ver navios em matéria de nutrientes. Como o peixe vai com espinha e algumas vísceras para o recipiente, oferta uma quantidade bem maior de ômega-3. Além disso, passa a oferecer muito cálcio. A enlatada ainda conserva melhor as proteínas e as vitaminas A e B. A desvantagem recai sobre o desfalque das vitaminas C e B1, perdidas no processo industrial, e no expressivo ganho de sódio.

Milho

O grão da lata costuma ser ligeiramente menos calórico que o da espiga. Ao cozinhar na panela, os carboidratos da espiga são parcialmente transferidos para o milho. A versão enlatada também carrega maior dose de luteína e zeaxantina, dupla que protege os olhos. Mas isso se deve à variedade do milho utilizada na produção. A lata tropeça em alguns pontos. O cozimento lá dentro gera perda de vitaminas e minerais. O aporte de sódio também requer atenção.

Molho de tomate

Sem dúvida os molhos prontos são uma mão na roda, mas a conveniência tem seu preço. Além de conservantes, o nível de sódio decola. A quantidade quase supre um quarto do limite diário de sódio recomendado pela OMS. Só que justiça seja feita: o molho enlatado é rico em licopeno, antioxidante que ajuda a afastar câncer e doenças cardiovasculares. Ali há três vezes mais da substância que na versão in natura. Uma opção nas gôndolas é o tomate pelado em lata, que não tem sal e conservantes, e rende um molho mais equilibrado.

Pêssego

Além da inegável mudança na textura e no sabor, a fruta perde muito em valor nutricional. Isso porque ela é cozida na lata, a 100 °C, e muitas substâncias bem-vindas não resistem à alta temperatura. Menos da metade da vitamina C permanece no fruto. Também há uma queda expressiva no potássio, mineral importante para o controle da pressão. O ganho (que para a saúde nem é ganho) é só na quantidade de carboidrato: 20% da calda é puro açúcar. Daí por que é melhor não regá-la sobre o pratinho de sobremesa.

Fonte mdemulher.abril.com.br