Vou começar minha mensagem dizendo que é muito complicado falar que fumar durante a gravidez traz sérios riscos, tanto para a mãe como para a criança que está sendo esperada. Sei também que a economia do nosso municipio está baseada sobretudo na plantação de tabaco. Bom, dentro deste pensamento, o tema tabagismo é, no mínimo, polêmico. Entretanto, precisamos analisar alguns fatos. O hábito de fumar realmente faz mal à saúde, o que já foi mais do que comprovado. Apenas para citar, a nicotina e o monóxido de carbono, sem contar os outros mais de quatro mil elementos tóxicos do cigarro são absorvidos pelos pulmões, indo, na gestante, pela corrente sanguínea até a placenta, de onde são transportados para o sangue da criança. A nicotina atua nos vasos, diminuindo o seu calibre, levando a uma diminuição da sua capacidade de transportar oxigênio e nutrientes. Este quadro faz com que chegue menos oxigênio e nutrientes até a criança que está se desenvolvendo, comprometendo o crescimento normal dos órgãos deste ser vivo. Mas, vejamos algumas estatísticas bem interessantes: mães fumantes têm 40% mais chances de gerarem filhos prematuros.

Elas aumentam em 70% a probabilidade de abortarem e correm mais risco de apresentarem um quadro muito grave, chamado descolamento da placenta e que é responsável por 50% dos casos de morte de crianças durante a gravidez. É preciso ressaltar que filhos de gestantes fumantes podem nascer com baixo peso e serem pouco desenvolvidos, além de estarem sujeitos a desenvolverem problemas respiratórios e cardíacos. Vale um alerta para outro fato muito grave, relacionado a um déficit de atenção destas crianças e que muitas vezes levam anos para atingir a curva de crescimento normal. Portanto, vale novamente o alerta: durante a gravidez as mulheres devem abandonar totalmente o vício do cigarro. Fumar na presença de uma gestante, também é uma forma passiva de tabagismo.

Texto: Ivan Seibel Fonte: Folha do Mate