O mundo imundo da política, deteriorado por políticos cujos conceitos de ética, moral, honestidade e bons costumes transcende ao entendimento da maioria da população, já criou falácias fantásticas. Mentiras homéricas, fatos deturpados, tudo sob a égide da corrupção e da obtenção de “vantagens”, “benesses”, “benefícios”, tudo o que o povo sequer sonha ou sonhou em obter passaram (ainda passam?) batidas, leves, livres e soltas, em verdadeiros “trenzinhos da alegria” pelos parlamentos municipais, estaduais e federal do Brasil, bem como pelos “conselhos de administração” e “diretorias” de estatais. Uma rede nacional de televisão mostrou, no domingo passado, à noite, mais um inacreditável absurdo que ocorre na Petrobrás, verdadeira bofetada na cara de palhaço do povo brasileiro. Mais de 20 milhões de reais por mês são gastos pela Petrobrás com “auxílio remédio” para seus funcionários e familiares. Isso é muito mais do que ridículo! Funcionários regiamente remunerados ainda são bonificados com isso, além, obviamente, de disporem de médico e tudo o que se relaciona com a saúde gratuitamente. Mas, não satisfeitos com esse absurdo, conseguem prostituir tudo na medida em que fraudam receitas e chegam ao cúmulo de comprar remédios para cachorro e a Petrobrás paga. O argumento da “madame” que foi entrevistada para explicar não hesitou em afirmar que “tinha direito porque o cão era da família”. Isso me lembrou de estatais gaúchas, como CEEE e CRT, por exemplo, cujos funcionários eram brindados com essas benesses. A CEEE chegou ao cúmulo de ter pessoas da área administrativa recebendo na justiça um tal de “adicional de periculosidade”. Sem dúvidas, aqueles que trabalhavam com a alta tensão, nos postes, correndo risco de vida eram o objetivo de tal adicional, mas, como ele foi criado de forma “estratégica”, deixando dúvidas sobre quem deveria recebê-lo, já que era destinado aos “eletricitários” e como tal se entendeu serem todos aqueles que trabalhavam na CEEE, foi um “trenzinho da alegria” de proporções milionárias. A CRT também teve seus absurdos semelhantes. O resultado disso foi que a população, revoltada com isso tudo, apoiou a “Privataria” que o governo brito fez, entregando essas estatais a preços incríveis, mas deixando o passivo trabalhista para o povo pagar. Em resumo, entendo que tudo isso – nomeação de diretores dessas empresas – feitos por políticos, bem como as leis benevolentes, foi elaborado por políticos cujo comprometimento com o interesse público e menos que zero. Sucatearam a CEEE, CRT e outras por aqui e várias no País para entregá-las e preço de banana. Agora, o sucateamento da Petrobrás e dos Correios parece ter o mesmo objetivo. E os “donos do Brasil”, juntamente com os “donos do mundo”, apenas aguardam o momento certo para darem o “bote”. E nossa politicanalhada está aí para ajudá-los. Como sempre foi. Esse filme é repetido demais no Brasil. Tudo sob o olhar complacente, omisso, cordato de uma população inculta e manipulada por uma imprensa não menos corrupta.