Esta semana, durante programa de noticiário jornalístico, eu ouvi o ex-presidente LULA discursar e dizendo: “eu erro, vocês erram, todos erram, a Dilma tem o direito de errar”. Logo após, Dilma falando, ouvi ela dizer: ” eu envergo mas não quebro”. Diante do que ouvi, lá fui eu para os meus botões de novo, que me transportaram para a lembrança dos meus oito a 11 anos vividos lá no barracão. Quando eu errava, por ir jogar futebol, ou juntar as bolas atrás das goleiras, tendo que atravessar o rio, nas costas de alguém ou pulando de pedra em pedra, ou errava porque estava no lugar errado e na hora errada segundo meu pai, que era rigoroso, ele me alcançava a britola (canivete com ponta curva muito usado nas parreiras ou para cortar fumo para fazer paiero), e, ele me dizia, “de vime” ou de “marmelo”. E lá ia eu cortar uma vara que viria a ser o instrumento cruel do meu castigo. Quando meu pai dizia “de marmelo” eu já ia chorando na ida, na volta e, chorava mais ao apanhar. Porque, a vara de vime quebrava e ai meu pai parava o castigo, mas a vara de marmelo não quebra nunca, ela curva mas não quebra, o castigo parava quando meu pai cansava. Num domingo de manhã eu fui até o campo do Barracão (lá onde joga o Sandro Sotilli), a correnteza era grande um amigo me colocou nas costas e foi rio adentro para atravessar. Em dado momento, lá fui eu rio abaixo, consegui me agarrar, 300 metros depois, num galho de uma cerejeira, já nas terras do meu avô, árvore que me traz saudade pelos gostosos frutos que produzia. Aí entendi o meu pai e passei a “apanhar menos”. Porque é que eu fui para os meus botões? Porque ouvindo Lula e Dilma falar (com que direito eles podem errar tanto?) me dá uma vontade de apanhar a britola (tenho uma), olhar para eles e dizer: “vara de marmelo!”.

A compaixão

A revolta inicial, na cabeça de muitas pessoas começa a se tornar compaixão em relação ao Governador do Estado Sartori. Por ter imposto a transparência total da situação delicada do estado, por adotar uma postura aberta, franca, sem pirotécnicas políticas, ele paga tributo e corre riscos. A prática de parcelamento do salário provocou uma reação nefasta ao bem público e riscos de intervenção no estado. Em todos os meus anos de vida jamais imaginei que fosse presenciar tamanhos absurdos: policiais não trabalhando e professores reduzindo em uma hora diária o trabalho, porque os salários foram parcelados. E o interesse público? E o respeito ao juramento feito na hora da formatura? Compreendo mas não entendo tal postura. O Governador então desistiu do parcelamento, pelo menos por enquanto, e adotou a estratégia de não pagar as parcelas da dívida (total de 47,2 bilhões de reais) que o estado deve a União. Diante do não pagamento, o Governo Federal bloqueou os repasses de lei ao estado que, por sua vez, suspendeu os repasses às Prefeituras divida que, acumulada, atinge trezentos e cinco milhões, segundo a Federação dos Municípios, que quer ir a justiça para cobrar. O Governador voltou a Brasília para sensibilizar o Governo a ajudar o Estado, penou um dia inteiro para ser recebido pelo Ministro da Fazenda. Sob o pretexto de que se ajuda o Rio Grande Dilma tem que ajudar os outros estados e, o Governo Federal, que fez um dos maiores cortes orçamentários da história do país, não tem dinheiro para ajudar os estados. Governador voltou de mãos vazias, lamentando, talvez, a fragilidade da representação política do estado em Brasília. Paralelo a esse “rio de lágrimas” o governador quer aumentar os impostos (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias), mas a base parlamentar (união de deputados de vários partidos que apoiam o governador na Assembléia) está reclamando que não houve debate prévio, antes do governador enviar o projeto para apreciação. O Governador do Estado inspira sua compaixão? Sua compreensão? Ele errou ao administrar o estado como uma empresa e não como uma entidade pública? Disque o 0800 e dê a sua opinião, mesmo que ninguém vá atender.

Reserva biológica

Sempre fui um defensor desse pulmão verde que tem aqui em frente ao Colégio Landell de Moura. Quando o Semanário veio para a Fenavinho, repeli, pessoalmente, por diversas vezes, gente dizimando árvores para fazer lenha, inclusive comercialização de drogas e prostituição. Atendendo a súplicas, o prefeito Alcindo Gabrielli cercou a área, foi um alivio. A área ficou abandonada por longo tempo dentro de cerca e inúmeras vezes eu liguei para a Prefeitura para que, pelo menos, em respeito, fosse limpado o mato que envolvia e fazia desaparecer a placa que denomina a reserva de Dárvin João Geremia, uma das maiores referências de ação comunitária que Bento já produziu. Esta semana, ao passar pelo local para ir até o Borgo com o Secretário de Meio Ambiente para uma verificação de um problema de interesse público, pedi que parássemos pois eu vira, na entrada da reserva, um grupo de crianças recebendo Folder (rico, completo e significativo), acompanhadas pela Professora e, uma Bióloga, certamente. Fiquei encantado com o que vi, percorri uma parte da trilha no interior do mato, as coisas chegaram onde eu queria que chegasse. As visitas das crianças das escolas são agendadas e acompanhadas. Eu queria mais, que houvesse uma guarita com guarda, que as pessoas pagassem (fundo de conservação) para caminhar no meio da trilha, mas me contento com a visita dos estudantes. Parabéns a família Geremia que fez investimentos no local, parabéns ao Secretário do Meio Ambiente Luiz Signor, ao ex-prefeito Gabrielli pelo cercamento, e ao Prefeito Pasin, pelo aproveitamento da reserva, que está toda sinalizada e cadastrada no que diz respeito a suas espécies vivas. Agora espero que Bento caminhe em direção a ter de volta, na Fenavinho, seu Parque Público.