Quem dividiu o Brasil?
Quem está dando um golpe em quem?
Vai ter impeachment?
Para a primeira pergunta, tenho opinião de quem dividiu o Brasil foi o próprio PT quando começou a fazer discursos e mais discursos sobre “nós’ e “eles”. Basicamente, em 2014 na campanha eleitoral. Porém, nasceu antes. Quando o PT foi fundado, foi sob o alicerce de que “nós somos diferentes”, “nós não compactuamos com a corrupção”, “em nossa proposta, o povo vem em primeiro lugar”. Um modelo de esquerda, que cresceu muito principalmente em Porto Alegre e São Paulo e, depois, no Brasil com a ascensão de Lula ao Palácio do Planalto. Para entrar lá, Lula mudou seu discurso de esquerda para “o centro” e conseguiu, com o “Lula paz e amor” vencer a eleição presidencial após FHC.
Porém, em 2014, na campanha política, aquela propaganda que mostrava “o pão saindo da mesa do povo brasileiro” pois os tucanos iriam colocar no Banco Central um banqueiro foi muito forte. Foi proibida até. Mas a desconstrução de todos os concorrentes pelo marketing do PT nessa última eleição até hoje deixa suas marcas. Isto dividiu o Brasil mais do que tudo.
Golpe?
Golpe estamos levando todos nós na cabeça toda hora que não temos segurança, não temos educação de melhor nível, os funcionários públicos não recebem seus salários em dia, aumentam impostos e mais impostos, há um desastre em Mariana e o governo se apressa em fazer um acordo com grandes empresas mineradoras para que não sejam processados os culpados; golpe levamos todos nós quando não se fez nenhum trabalho de prevenção em saneamento básico para evitar a dengue e as doenças do aedes; golpe levamos todos nós quando a maior empresa brasileira foi corroída por má gestão e por corrupção. Golpe é prometer e não cumprir; golpe é enganar; golpe é usar a palavra golpe como marketing. Nisto tem gente que é expert.
Quanto ao impeachment, escrevi, ainda na metade do ano passado nesta coluna que, para isto ocorrer, 3 fatores teriam que estar juntos. Você lembra? Relembro a você:
– Perda do apoio político;
– A força das ruas;
– Se a Globo quisesse.
O primeiro está ocorrendo: o PMDB já desembarcou do barco; o segundo, as ruas deram o recado no dia 13.03 último. O terceiro, não sei ainda mas, pelo menos, está bem focada a mostrar todas as realidades. Isto é bom para a democracia.
Quem escreve uma coluna corre riscos mas o papel dos bons escritores é buscar contribuir com os leitores para ajudá-los a decidir melhor e levar todos a melhores comportamentos, olhando sempre para frente. Neste espaço sempre procuro diagnosticar e mostrar caminhos futuros. Escrevi em dezembro de 2015 que o impeachment iria ocorrer este ano de 2016. Corre-se riscos. Mas penso melhor corrê-los do que eximir-me e ficar em cima do muro.
O que me preocupa é o dia depois da Dilma ( The Day After, aquele filme, lembra?). O que me preocupa é o rombo das contas públicas; que a dívida pública brasileira chegará a 3 trilhões de Reais este ano, a quase 80% do PIB. Será que o governo federal vai conseguir pagar o salário dos servidores até quando? Como sei que só o governo federal tem a “máquina de imprimir dinheiro”, pode-se lançar mão desta alternativa. Mas o PT, sua má gestão, está quebrando este país. Quem vai sofrer seremos nós e, principalmente, as gerações futuras que receberão um país mais pobre e sem muitas perspectivas.
Todas as condições estão postas. Mas há muitas forças ocultas.
Mudar este estado de coisas é o melhor caminho.