Não há como se analisar qualquer país pelo seu presente, exclusivamente. O passado, a história sempre é o grande indicador do presente e do que virá a ser o futuro, seja de uma pessoa, de uma empresa, de um município, estado ou país. Para buscar os motivos do que está acontecendo agora no Brasil basta se reportar aos anos 80, com uma passagem fundamental pelo ano de 1979, mais precisamente pelo dia 15 de março de 1979. Nesse dia, João Batista Figueiredo assumiu a presidência da República com uma frase histórica. Disse ele, na posse: “Eu juro fazer deste País uma democracia”. Nesse momento os problemas brasileiros iniciaram com força por um elementar motivo: Figueiredo esqueceu de informar ao povo brasileiro o que era “uma democracia”. Em 1985, com a morte de Tancredo Neves, perpetrou-se um novo golpe no Brasil (eu penso isso), também respaldado pela imprensa e pelos políticos de sempre, quando colocaram José Ribamar da Costa Sarney no cargo mais importante de qualquer nação. Sarney, a mando dos sempre “donos do Brasil”, convocou uma Assembléia Nacional Constituinte. Só que “não exclusiva” como seria o lógico, o lícito de se esperar. Os constituintes deveriam elaborar a Constituição e depois ir para casa. Mas, não, eles continuaram como deputados e senadores. Claro, fizeram uma Constituição sob medida para seus “interésses”, autoatribuindo-se benesses, vantagens e poderes, estendendo-os aos demais parlamentos estaduais e municipais. O Brasil vive um “parlamentarismo” travestido de “presidencialismo”. Dúvidas? Bem, qual o presidente, governador ou prefeito que governa sem maioria nos respectivos parlamentos? Pois é, graças a isso surgiu o que alguns chamam de “aparelhamento do executivo”, que é “aparelhamento” quando estão na oposição, certamente, mas que é “normal” quando esses alguns estão no poder. Alguém imagina o PT no poder nomeando algum ANTIPT para “cargos de confiança”? Ou algum ANTIPT nomeando petistas? Foi assim que começou esse estado de coisas ridículas, absurdas que se verificam nos poderes. Como pode um único membro do Supremo Tribunal Federal conceder uma benesse que acarreta em bilhões de reais de despesas para a população? Como podem 55 parlamentares inventarem sua própria aposentadoria? Como pode um Estado consumir mais de 54% como inativos? Aumentando impostos, como Dilma e Sartori pretendem? Ora, o que precisa, verdadeiramente, é entrar no cerne do problema que é a legislação pífia que temos alicerçada numa Constituição mais pífia ainda. Uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva, formada por brasileiros de ilibada reputação. Após sua elaboração, colocando, realmente, “todos iguais perante a lei”, essa Assembleia seria desfeita. Quem sabe, assim, tenhamos menos poder nas mãos de tão poucos que o exercem em benefício próprio, com a população pagando a conta com impostos escorchantes. Como conseguir isso? É só o povo ir para as ruas não só para pedir o fim da corrupção dos que não gosta, mas de todos e exigir essa Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva. Mas, isso é para ontem. Teremos? Duvido! É muita “democracia” para quem não sabe o que é isso.