Duvido que haja no mundo um país com tantos “economistas” de plantão como no Brasil. Revistas, jornais, redes de televisão, emissoras de rádio, todos os meios de comunicação têm seus “experts”, economistas renomados, senhores de todas as verdades. E há, ainda, graças a internet, blogs, sites, twitter, facebook e assemelhados usados por esses “gênios” da economia. Como “deuses”, eles apontam soluções, criticam governos, empresas, políticos, etc, apresentando suas posições “acima de qualquer suspeita”. Durante os governos militares, eles surgiam com a solução de tudo, diuturnamente. Veio isso aí que alguns, mais otimistas, chamam de “democracia” e, como coelhos, se reproduziram em escala geométrica. Chamados por sucessivos governos, eles criaram “planos econômicos” em larga escala. O Plano Cruzado, do Sarney, foi o início da “era de ouro dos economistas”. Com uma facilidade fantástica eles “bolavam” planos que iriam “solucionar os problemas econômicos do Brasil”. Fracasso após fracasso, o povo brasileiro foi pagando a conta silente, cordato, omisso. Aí veio 1994 e o Plano Real. Reza a lenda que o Plano Real é de autoria de um filósofo alçado ao cargo de Ministro da Economia do governo Itamar Franco. Todos os demais planos eram atribuídos ao presidente da hora. O Plano Real até hoje há quem pense – e, o pior, acredite mesmo – que foi de autoria do filósofo. Os economistas que o redigiram e implementaram devem ter feito tudo segundo as orientações do filósofo que, graças a isso, se tornaria presidente da República e, depois, seria reeleito graças a uma Emenda Constitucional aprovada com muitos “mensalões”. A partir de então os “sábios economistas” brasileiros conquistaram largos espaços da mídia. Daí a opinarem diuturnamente, “orientando” os governantes, foi um pulo. Alguns seguiram suas ideias. Durante o governo fhc o Brasil quebrou três vezes com a receita deles: juros e inflação altos, desemprego e recessão. O governo fhc terminou em 2002 com a inflação em 12,63% ao ano, desemprego em 12,54% e taxa Selic em 24,9%. E eram seguidas as regras dos “reis da economia”, as mesmas que eles querem, agora, que Brasil reutilize. Quando o dólar começou uma disparada, os “experts” passaram a fazer as projeções mais catastróficas possíveis. A inflação que estava, no início do ano, pouco acima da meta, foi classificada por eles como “alta” e era METADE do que em dezembro de 2002, quando suas previsões não chegavam à hecatombe. Agora o tomate está nos patamares de antes e o dólar recuou de R$ 2,45 para R$ 2,27. Os “economistas” estão fazendo análises mirabolantes. Dá gosto de vê-los tentando explicar a economia brasileira e como chegaremos à “crise” que eles estão prevendo desde 2002. Sou economista formado, mas gosto muito de aprender com os “experts” brasileiros. Eles são muito engraçados.