Bento Gonçalves já registrou 25 mortes violentas confirmadas até este sábado, 8 de agosto, desde o começo do ano de 2021.

O mesmo número foi registrado ao longo de todo o ano de 2020. A forte disputa entre facções criminosas é o principal motivo para o índice, segundo o comandante do 3° Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (3°BPAT) da Brigada Militar, tenente-coronel Luís Fernando Becker. “Essa disputa entre facções no município nunca parou. Tanto que em 2018 e 2019 foram 52 homicídios. Ano passado tivemos 25, número que já foi alcançado em 2021. Podemos afirmar que a maioria dos crimes são execuções, provavelmente motivadas pelo tráfico de drogas”, explica.

Segundo informações da Brigada Militar e Polícia Civil, 20 dos 25 homicídios foram execuções. “A principal linha de investigação é devido a vinculação ao tráfico de drogas”, afirma a delegada Maria Isabel Zerman Machado.

Outros dois crimes se enquadram como feminicídios, que foram ocorrências investigadas pela DEAM (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) e três homicídios foram motivados por outras questões.

Em relação ao local de maior incidência de mortes violentas, está o bairro Municipal. Oito dos 25 homicídios foram registrados no bairro. Inclusive uma chacina, que resultou na execução de três indivíduos, foi registrada na Rua Lageadense. As ocorrências verificadas no bairro em questão, também são relacionadas a desavenças pelo tráfico de drogas. “O bairro Municipal é um local marcado pelas ações do tráfico e disputa entre facções criminosas, o que justifica o número de ocorrências”, explica o comandante do 3° BPAT. 

Os bairros Vila Nova e Maria Goretti, registram três homicídios cada no ano.

Segundo o tenente-coronel Becker, a Brigada Militar realiza um trabalho diário de patrulhamento em locais de maior incidência da criminalidade, além de prisões por tráfico de drogas, de indivíduos armados, prisões por tentativas de homicídios, apreensões de armas e drogas, dentre outras ações preventivas, que muitas vezes são realizadas de forma integrada. “A brigada realiza ações contra a criminalidade por meio do programa RS Seguro, que integra todas as forças de segurança que atuam no município, como Polícia Civil, Guarda Civil Municipal, Polícia Rodoviária Estadual e Federal, bem como recebe apoio do Batalhão de Choque de Porto Alegre. Mas pelas questões citadas, homicídios são crimes que não dependem somente do trabalho policial para serem evitados”, explica.

Desde o começo do ano de 2021, as ações resultaram em apreensões de 50kg de drogas e que representam a quantia avaliada em R$ 42,5 mil de substâncias como maconha, cocaína, crack e ecstasy. 

Também desde o começo do ano, 35 armas de fogo foram apreendidas no município. De janeiro até julho, foram efetuadas 228 prisões em flagrante.

Foto: 3°BPAT / Divulgação