Assim como a maioria dos setores, a área da educação também foi atingida pelo distanciamento social devido ao novo coronavírus. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), unidade de Bento Gonçalves, é um dos exemplos de adaptação às novas formas de ensino.

Atualmente, a instituição atende em média 320 alunos em diversas áreas, desses alguns se encontram em formato online e à distância (Ead). No período da pandemia, foi ofertado a possibilidade de realizar os cursos de forma híbrida, que são aulas online em consonância com a prática, via plataforma da escola. “Os cursos com carga horária prática foram suspensos, até que possamos retornar as aulas presenciais com protocolos de segurança e seguindo todas as orientações legais. Atualmente estamos com aulas online nas áreas de idiomas, Massagista e Assistente Administrativo, além dos cursos técnicos Ead, que não sofreram alterações”, explica a diretora de Unidade Educacional II, Rosangela de Souza Jardim.

Contudo, alunos do ensino prático estão levando suas anotações teóricas para fora da sala de aula e colocando a mão na massa, literalmente. “Acompanhar por meio das redes sociais que nossos alunos estão colocando os conhecimentos em prática, nos garante que estamos desenvolvendo-os para o mercado de trabalho e atendendo nossa missão, que vai além de educar para o trabalho, mas também a de mudar vidas. Assumimos como compromisso a qualidade da educação, orientada pelos princípios e valores legais, e de acordo com o Projeto Político Pedagógico da instituição”, enfatiza Rosangela.

Para aqueles alunos/turmas que não se adaptaram à modalidade em rede, o Senac garantiu o retorno presencial, assim que o decreto oficial e os protocolos forem divulgados. Além disso, o atendimento ao público segue presencialmente, com equipes e horários reduzidos e trabalho em home office.

Os conhecimentos em sala de aula resultaram em pizzas e outros salgados. Foto: Suellen Krieger / Reprodução

O hobby que virou negócio

Alexandro Luís Formaleoni descobriu o seu dom para a cozinha há três anos. Tudo começou com uma brincadeira, quando participou da oficina ‘Homens na Cozinha’, no Senac. Após isso, fez várias outras oficinas, como de pizza, comidas de boteco, entre outras. “Passei a me identificar com a cozinha – o que mais gosto de preparar são carnes, risotos, pizzas, entre outros”, conta. Agora, estou fazendo o curso de cozinheiro profissional para aprimorar ainda mais meus conhecimentos”, esclarece.

Com as aulas presenciais suspensas, Formaleoni ocupa seu tempo vago para incrementar receitas e processos passados no curso. “Com a pandemia, notei que o pessoal começou a pedir mais comida em casa. Um parente me solicitou para fazer algumas pizzas para ele. Então, surgiu a ideia de montar um cardápio com alguns sabores de pizzas e alguns doces e disparar para contatos do whatsapp, assim tive uma demanda crescente de pedidos a cada semana”, destaca.

Seu sonho? Ampliar o delivery e se o mercado voltar à normalidade, abrir um espaço para servir presencialmente. “Com a gastronomia, vi que qualquer ingrediente pode virar um bom prato. Comecei a dar valor a todo insumo, a ter um maior cuidado até no cortar uma simples cebola, para evitar desperdícios e um melhor aproveitamento do mesmo”, sublinha.

Com a mão na massa

Aluna Patrícia, que já trabalhava com doces, ampliou as variedades. Foto: Arquivo Pessoal

Patricia Machado Neves, 48 anos, é secretária de uma escola Estadual e nas horas vagas confeiteira. Conta que começou a se interessar em 2015, quando surgiu o ‘Brigadeiro Gourmet’. “Fiz alguns testes em casa, cursos online e meu filho pediu que fizesse os doces do casamento dele. A partir daí comecei a fazer brigadeiro gourmet para vender”, relata.

Com o passar do tempo, sentiu a necessidade de diversificar o cardápio de doces, o que a fez procurar o Curso de Confeitaria do SENAC, quatro anos depois. A teoria levou Patrícia à prática. “Como já trabalhava com doces, consigo aumentar o cardápio a partir do que aprendi até o momento, gerando uma renda extra”, destaca.

Devido à pandemia a demanda diminuiu bastante e a saída é estar sempre postando novidades nas redes sociais. “Durante o tempo livre, estou estudando, aproveitando as lives e cursos gratuitos que estão sendo oferecidos por diversos confeiteiros renomados. E sempre que preciso, solicito ajuda do professor Lucindo Júnior para sanar minhas dúvidas”, conclui.