Diretoria do Hospital Tacchini apresenta planejamento para o ano e, sobretudo, alertam para repercussão da Covid-19. Situação atual da doença também é mencionada

O mundo vive a pandemia pelo segundo ano e, ainda sem vacina, a projeção de 2021 se torna uma incógnita e poderá ser um período de isolamentos regado a uma vida normal.

Em Bento Gonçalves, a diretoria do Hospital Tacchini avalia a atual situação e apresenta um planejamento para os próximos meses, no que se refere à Covid-19. O superintendente executivo, Hilton Mancio, afirma que é difícil prever como o vírus vai agir. “Consideramos que voltaríamos ao normal, do final de 2019, no último trimestre de 2021. Esse é um cenário que construímos para orientar a nossa equipe a pensar recursos de uma forma organizada. As respostas da pandemia podem ser mais eficazes”, pondera.

Com as festas de fim de ano, janeiro e fevereiro tendem a apresentar um panorama pior da doença. Contudo, Mancio frisa que não há como confirmar essa possibilidade. “Se o período mais quente propicia que as pessoas vão mais para a rua, no inverno, elas ficam mais em ambientes confinados, onde o risco é maior. Se fala muito em ambientes ventilados e ao ar livre como formas de evitar contaminação. Não podemos esquecer que estamos aprendendo ainda sobre a Covid. Normalmente, as pesquisas científicas demoram anos, porque não se deve monitorar apenas o que acontece durante a infecção, mas também o depois, e isso não se sabe, tudo é novo. Já aprendemos a lidar dentro da estrutura hospitalar, mas outros desdobramentos vamos aprender com o tempo”, sublinha.

Para evitar colapso na saúde, algumas medidas, como a suspensão de cirurgias eletivas foram tomadas. Foto: Alexandre Brusamarello, divulgação

Cenário atual na cidade

A diretora de divisão hospitalar do Tacchini Sistema de Saúde, Roberta Pozza, afirma que chegamos a patamares muito parecidos com o pico da pandemia, em julho. “Se olharmos os números e performance interna, desde o dia 15 de dezembro começamos a ter um crescimento progressivo, sob regime de atendimento ambulatorial, internação e cuidados críticos. Na semana em que a estrutura de leitos ultrapassou o limite (primeira de janeiro – chegou a 106,4%), vivenciamos uma situação bastante crítica. Nesses últimos dias, ainda não conseguimos afirmar, mas observamos uma estabilidade, com tendência de uma leve redução no número de pacientes. Só que assim como no primeiro momento, esta batalha não está vencida. Precisamos seguir tendo os nossos cuidados, vigilância e acreditar que esta é uma doença que tem um comportamento inesperado”, alerta.

Quando a ocupação de leitos atinge 100%, o que fazer?

Algumas medidas foram mobilizadas para que evitasse o colapso dentro do sistema de saúde, como a suspensão de cirurgias eletivas no único hospital da cidade. “Em casos mais graves, a equipe de trabalho, que está no bloco cirúrgico, é realocada para essas estruturas de suporte crítico. Desde o início da pandemia, não faltou recurso para nenhum paciente que precisou ser atendido com Covid ou outra patologia dentro do Tacchini. Então, esse remanejo é feito a todo momento”, aponta o superintendente da casa de saúde. Ele acrescenta: “Temos medidas extremas planejadas e não chegamos nem perto de utilizá-las”.

Hilton Mancio. Foto: Divulgação

A diretora Roberta afirma que o município continua atendendo pacientes de outros locais. “No que se refere a internação em leitos crítico, em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o Tacchini tem essa unidade especializada e é cadastrado na Central de Leitos do Rio Grande do Sul. Então, esses pacientes do Sistema Único são regulados com base nos critérios do Estado”, esclarece.

Roberta Pozza. Foto: Alexandre Brusa, divulgação

A médica declara que em torno de 30% das pessoas que internam necessitam, em algum momento da fase da doença, usar a estrutura de cuidado crítico. “É uma parcela que tem indicação de internação e precisa de suporte de oxigênio, do manejo da equipe de fisioterapia respiratória e todos os cuidados médicos e de enfermagem”, reitera.

No entanto, faz um alerta a população. “Jovens infectados têm precisado de atendimento em UTI. Aquela segurança de não ter nenhuma doença e ser jovem não é garantida. Temos visto casos de reinfecção. Ou seja, não está imune”, adverte.