Essa frase foi dita por um ministro do ex-presidente fhc, quando da “Privataria Tucana” (amplamente relatada em livro de Amaury Ribeiro Jr, com farta documentação) e gravada. Só que a gravação dessa monstruosidade foi considerada “ilegal” pela “justissa” brasileira, restando impune tudo o que houve. Pois agora, valendo-me da mesma frase, penso que vários deputados da nossa mui leal e valorosa Assembleia Legislativa estão chegando “no limite da irresponsabilidade”. Sim, porque num momento de “crise”, cantada em prosa e verso por opositores do governo – inclusive no Rio Grande do Sul – falar-se em “aumento de impostos” é, sem dúvidas, chegar no limite da irresponsabilidade. Não há espaço algum para cobrar mais impostos da população, senhores. Foram eleitos não para massacrar o povo, mas para administrar o Estado.

E as micros e pequenas?

Não ouvi ou vi, ainda, nenhuma palavra das “autoridades competentes” no sentido do que pretendem fazer com as micros e pequenas empresas do Rio Grande do Sul, já massacradas por esse absurdo e, no entender de muitos, ilegal e inconstitucional (criado pela ex-governadora Yeda Crusius, por sugestão de líder empresarial, pasmem!). Essas empresas, que são as maiores empregadoras do Estado e do Brasil, estão obrigadas a pagar, além do percentual do Imposto Simples, que abrange todos os impostos, mais 5% de acréscimo sobre os produtos vindos de outros estados, e 13% quando for produto importado. Esse ridículo Imposto de Fronteira, que já foi extinto pela Assembleia Legislativa, cuja lei foi defendida pelo atual Secretário da Fazenda, teve a promessa de extinção por Tarso Genro e por José Sartori, mas ambos não cumpriram o que prometeram.

Pagarão mais imposto ilegal?

Pois é, terão coragem nossos deputados e o governador Sartori de, ao invés de acabar com essa ilegalidade chamada “Imposto de Fronteira”, aumentar o percentual a partir de 2016, com o aumento “a varrer” do ICMS? A pretensão de Sartori é aumentar em 1% o ICMS sobre todos os produtos, com exceção de combustíveis, energia elétrica e comunicações, que querem aumentar 5% (incríveis cinco por cento). Na realidade, eles passarão de 20,48% para 21,95% sobre todos os produtos, e de 33,33% para 42,85% sobre energia elétrica, telefonia e combustíveis. E querem aumentar, também, numa paulada, o ICMS sobre TV a cabo e por satélite. Como se pode perceber, querem ficar bem com os de sempre e o povo que pague a conta dos desmandos de vários governadores, desde Euclides Triches.

E se a moda pegar?

Pois é, municípios do Estado do Paraná estão fazendo escola, em se tratando da coisa pública. Antes foi Santo Antônio da Platina cuja população, mobilizada, fez com que os nobres vereadores renunciassem ao autoaumento de salários que queriam levar e, melhor ainda, fizeram com que reduzissem o que já recebiam. Agora, a população de Jacarezinho, município de 40 mil habitantes, localizada não muito longe de Santo Antônio da Platina, graças à pressão exercida junto à Câmara de Vereadores, fez com que eles desistissem de aumentar de 9 para 13 o número de vereadores e que reduzissem os salários. Se todos o povo dos 5.557 municípios brasileiros fizessem a mesma coisa, mostrando aos nobres edis, sua insatisfação diante de tantos desmandos e saques aos cofres onde depositamos nossos impostos, certamente as “crises” na educação, saúde e segurança pública seriam consideravelmente amenizadas.