Venho dizendo neste espaço que, se quisermos crescer como pessoas e como país, temos que fazer tudo por nossas próprias forças e cobrar mais dos governantes. Acompanho mais profundamente nossa economia desde os 16 anos de idade quando entrei na faculdade. Isto era 1984. A inflação era enorme e ainda não votávamos para presidente da república. Em 1986 tivemos o Plano Cruzado, o primeiro de vários que tivemos para tentar reduzir a inflação.
De lá para cá, a maior melhoria foi a redução da inflação. Esta é uma unanimidade. Os mais jovens não sabem o terror que é viver com inflação de 84% ao mês, por exemplo, nem com 20% ao mês ou 10% ao mês. Este é o pior dos males que, felizmente, ficou para trás.
Nestes últimos anos, poucas mudanças estruturais ( profundas, significativas ) foram alcançadas por nosso país. O PAC, com investimentos maciços em estradas, portos, aeroportos é um bom exemplo ( se tudo sair do papel é claro ) de mudanças estruturais pois alteram o panorama do Brasil como um todo.
Porém, como todos sabemos, muitas coisas neste país só ficam no campo do faz de conta:
– Os governos continuam prometendo um monte e fazendo quase nada;
– Nós continuamos votando na expectativa de vermos melhorias mas pouco muda;
– Os gastos dos governos estão subindo assustadoramente e ninguém diz que vai reduzir nem um centavo;
– As estradas continuam esburacadas, sem acostamento e sinalização;
– A administração da saúde pública continua péssima;
– A arrecadação de tributos , hoje, é a maior ou uma das maiores da história; arrecadou-se, somente na esfera federal, 1,13 trilhões de Reais em 2013, com aumento de R$ 109 bilhões em relação a 2012;
– A segurança pública complicou-se muito pois há pouco efetivo para tanta gente; tivemos mais de 50.000 homicídios em 2013; no Iraque, em mais de 10 anos de GUERRA, foram 112.000 mortos civis ( 11.000 por ano ); estaríamos numa guerra civil e não nos damos conta?
– A educação continua sendo uma limitação ao desenvolvimento, mesmo com os esforços dos professores;
– O custo Brasil continua a aumentar pelo excesso de burocracia e impostos;
– As mortes no trânsito aumentaram em muito e ninguém, da grande imprensa, fala nada (aqui até que se fala) e a culpa é sempre do motorista; se as estradas fossem duplicadas o número de acidentes seria muitíssimo menor.
Já somos quase 200.000.000 de brasileiros. Parece-me que os governantes estão cada vez mais distantes dos desejos da população. Isto é arriscado pois, em algum momento, o povo acordará e saberá sua força.
Tivemos os movimentos do ano passado. Temos agora os “rolezinhos”. O padrão FIFA tão alardeado só está sendo válido para os estádios já que muitas das melhorias para a população estão atrasadas ou já foram canceladas pelo Ministério Público por irregularidades.
Estamos no fio da navalha. Qualquer deslize, alguém vai se cortar. E os governantes não estão dando a impressão que querem realmente resolver os problemas deste país. A grande imprensa brasileira parece que não está nem aí para as verdadeiras prioridades. Pouco se fala que o governo é muito caro, que se gasta mal os recursos públicos, que se paga muito imposto, que o retorno em serviços públicos é muito baixo, que o povo está cansado deste modelo e de seus governantes.
Tomara que todos os governantes se deem conta disto antes que seja tarde demais.
Pense nisto e sucesso.