Evento reuniu autoridades civis e militares para discutir de que forma a tecnologia pode auxiliar no combate ao crime

O Fórum Nacional de Tecnologia e Inovação na Segurança Pública ocorreu ao longo dessa semana, em Bento Gonçalves, e reuniu centenas de profissionais da área, desde policiais militares até especialistas do setor. A abertura do encontro, na quinta-feira, 21, contou com a presença do ministro de Segurança Pública Raul Jungmann e com o titular da pasta em nível estadual, Cezar Schirmer.
Os painéis ensejaram discussões e reflexões sobre as perspectivas para a segurança pública no Brasil, bem como sobre investimentos privados para a melhoria da área a partir de um estudo de caso do Rio Grande do Sul. Além disso, as inovações tecnológicas pautaram boa parte do encontro, como soluções em radiocomunicação, em videocloud e a forma como a segurança pode ser gerenciada no âmbito da integração de tecnologias para serviços municipais.
A Brigada Militar foi representada na conferência pela palestra “Tecnologia: a visão da Brigada Militar no Rio Grande do Sul”, ministrada pelo Coronel Kleber Rodrigues Goulart. Já a Polícia Civil discutiu a tecnologia no painel “Avanços tecnológicos na Polícia Civil”, moderado pelo presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt.

Problemas e soluções na Segurança

As autoridades aproveitaram a abertura do evento para falar sobre os problemas e, também, sobre as soluções que vêm surgindo. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cesar Schirmer, o Sistema de Segurança Integrada com os Municípios (SIM), tem trazido resultados concretos na redução dos índices de criminalidade. “Os indicadores de violência estão em queda, e isso se deve às entidades que integram a segurança e à participação efetiva das municipalidades”, observa.
Schirmer cita que cerca de 25 mil pessoas trabalham pela segurança pública no Rio Grande do Sul, sendo que o estado tem 11 milhões de habitantes. “Muitas vezes eles são incompreendidos, enfrentando a visão estupida e equivocada do significado de direitos humanos. Muitos entregando suas vidas no combate ao violência”, exalta. Ele ainda coloca que o medo está entre os cidadãos de bem, quando deveria estar com os criminosos.
O prefeito Guilherme Pasin ressaltou que a fase de terceirizar responsabilidades terminou, uma vez que é necessário entender o Brasil do presente e do futuro. “Nós precisamos de uma forma muito madura, deixar certos aspectos clássicos da sociedade nacional de lado”, comenta.
Ele ainda afirma que o município é o ente mais pobre e esquecido da federação, mas ao mesmo tempo é onde os problemas estão concentrados e onde tudo acontece, tornando-o a instituição mais importante. “Nada acontece no estado, nada acontece na nação. Tudo acontece no município. O buraco na rua, a fila do posto e o assalto”, pontua.

Mais prevenção,mais presídios

De acordo com o ministro Raul Jungmann , é necessário evoluir no que diz respeito à Força Nacional de Segurança pública. “Precisamos de uma entidade permanente, estruturada, para ter em pronta resposta a intervenção onde for necessário”, destaca.
Jungmann entende que é preciso ampliar e reformar o sistema prisional, o que representa um grande problema. “Se você olhar para penitenciária, você vai ver que, majoritariamente, três em cada quatro são rapazes de 15 a 24 anos. São pobres, negros e pardos, que que não têm acesso a escola e trabalho”, avalia.
Ele afirma que a sociedade precisa disputar esses jovens, para que eles não sejam aliciados pelo crime. “Nós precisamos entender que temos que estender a mão para esses jovens, para não serem tentados pelo crime”, ressalta.