Um dos principais objetivos de todos é chegar à terceira idade com saúde e independência. Porém, eventualmente no decorrer da vida se acaba sofrendo algum tipo de doença séria, necessitando de cuidados contínuos de pessoas próximas, o que nem sempre é garantia de um período tranquilo. Muitos acabam por sofrer diversos tipos de agressão, desde a física até a psicológica. Números do Ministério Público de Bento Gonçalves mostram que atualmente existem 44 ocorrências envolvendo situações de maus-tratos, negligências/omissões ou vulnerabilidade social contra idosos. Para coibir as práticas de violência e oferecer suporte às pessoas da melhor idade, na Capital do Vinho, existe uma estrutura responsável por atender essas demandas.

Um desses órgãos é o Conselho Municipal do Idoso (Comui), que tem por objetivo acompanhar o desenvolvimento das políticas públicas relacionadas ao idoso; receber denúncias; gerir o Fundo Municipal do Idoso, apoiando projetos relacionados, explica a presidente do conselho, Márcia Borges. O órgão é composto por 18 conselheiros que representam a comunidade e o poder público e existe desde 2014. Márcia comenta ainda que os principais motivos de agressão que chegam ao órgão são de natureza psicológica, seguido de agressão física. Outras causas são: abandono, apropriação de bens e do cartão bancário. Segundo a presidente, quando recebida uma denúncia, a mesma é enviada à Promotoria Pública, que aciona a rede de apoio, onde os assistentes sociais e psicólogos farão acompanhamento do caso. Márcia destaca também que a população não deve se abster de denunciar maus tratos. “Não devem tapar os olhos para qualquer tipo de violência sofrida pelos idosos, pois a denúncia pode ser anônima, muitas vezes as pessoas não as fazem por receio, pois é um familiar, ou vizinho, ou amigo próximo”, comenta.

Juntamente com o Comui, está o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), que trabalha no acompanhamento da situação familiar do idoso que se encontra em risco, depois de constatado que realmente existe a situação de vulnerabilidade. Segundo a coordenadora do órgão assistencial, Silvana Romagna, de todos os casos acompanhados aproximadamente 10% são referentes a maus-tratos contra idosos. A coordenadora comenta ainda que, devido às pessoas estarem optando por não terem filhos, quando atingem a terceira e a quarta idade, não tem quem se responsabilize pelos seus cuidados e acabam ficando sozinhos.

Silvana afirma que quando registrado um caso de abandono, a primeira etapa é localizar os filhos. Para depois sentar e estudar uma maneira de manter a situação sob controle. Para que o idoso tenha todos os seus direitos assegurados, conforme diz a política pública.

Para fazer uma denúncia, basta entrar em contato com o Comui, pelo telefone (54) 3052 0847, ou com o Ministério Público.

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