A Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul – Movergs, sob o comando do consultor Teotônio Fontana, reuniu no último dia 19 de agosto, no Hotel Villa Michellon, um pequeno grupo de empresários para tratar sobre os riscos e oportunidades gerados pela quarta revolução industrial.

Na ocasião, foram examinados as principais consequências, o conjunto de tecnologias associadas pela revolução e a melhor abordagem/estratégia a ser adotada pelas empresas para uma exploração lucrativa dessas novas oportunidades.
O termo “quarta revolução” surgiu a partir de um projeto do governo alemão voltado para a área tecnológica. Foi utilizado pela primeira vez em 2011, na feira de Hannover, e envolve as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. “Isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais”, destaca a diretora executiva da Movergs, Cândida Cervieri.

A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet de Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. “Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores do mercado”, afirmou Teotônio Fontana.
O fundamento básico da quarta revolução industrial implica que conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda cadeia de valor que podem controlar os módulos de produção de forma autônoma. Ou seja, as fábricas inteligentes terão a capacidade e autonomia para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção.

A indústria 4.0 é uma realidade que se torna possível devido aos avanços tecnológicos da última década, aliado às tecnologias em desenvolvimento nos campos de inovação, da informação e engenharia, como: a internet das coisas; inteligência artificial, realidade aumentada; inovação rápida e continua; manufatura digital; computação em nuvem; computação cognitiva; cyber-physical systems; simulação e robótica autônoma. “Um dos maiores impactos causados pela indústria 4.0 será, sem dúvida, a mudança que afetará o mercado como um todo e que consiste na criação de novos “modelos de negócios”, destacou Fontana, que completou: “É necessário um approach do conhecimento disponível e de sinergia”.

De acordo com o consultor, a customização do produto por parte dos consumidores tende a ser uma variável a mais no processo de manufatura, porém as fábricas inteligentes serão capazes de levar a personalização de cada cliente em consideração, se adaptando as preferências.

Outro ponto que segundo Fontana será abalado pela quarta revolução industrial será a “pesquisa e desenvolvimento nos campos de segurança em T.I, confiabilidade da produção e na interação máquina-máquina”.

Fontana ressalta que os profissionais também precisarão se adaptar, pois com as fábricas ainda mais informatizadas novas demandas surgirão enquanto algumas deixarão de existir. “Acabou o espaço para a omissão”, afirma, e complementa: “Por outro lado, as demandas em pesquisa e desenvolvimento oferecerão oportunidades para profissionais tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar para compreender e trabalhar com a multiplicidade de tecnologias que compõem uma fábrica inteligente”.

Para o Presidente da Movergs, Volnei Benini, a quarta revolução industrial tem seu impulso não apenas na inovação tecnológica, mas em um amplo conjunto de tecnologias também revolucionárias. “Este é um momento de desconforto, de sair do lugar comum e pensar em um processo de integração e cooperação”, finaliza.