Os problemas não iniciaram hoje e muito menos ontem. Os moradores do Residencial Novo Futuro clamam por melhorias há meses, como já foi relatado no Semanário. As invasões, a sujeira, a falta d’água, a violência… A lista é grande e não falta condômino para salientar as dificuldades que está sendo viver no complexo habitacional.

Na quinta-feira, 2, o dia foi marcado por protestos no local. Os moradores pediam para que fossem vistos pelos órgãos municipais e por responsáveis. Os moradores não quiseram ter os nomes identificados, mas garantiram que estão prontos para ir à luta. Eles exigem a abertura de uma sindicância interna para apurar a arrecadação do dinheiro do condomínio. “A prefeitura só manteve um funcionário aqui por interesse. Após a eleição o Conselho Tutelar não compareceu mais, depois que a Administradora pegou os R$ 280 mil do Serviço Técnico Social junto com a UCS, também desapareceu. As obras não foram concluídas, queremos uma investigação, pois gostaríamos de saber pra onde vai todo o dinheiro que está entrando aqui?”, questiona uma local.

A maioria deles diz que a situação financeira não é fácil e só há a possibilidade de continuar morando no local por ser o único bem que eles possuem. “Se vai pagar aluguel hoje é no mínimo R$ 550 por um quarto, aí com o salário que eu ganho, não como e nem pago mais nada. Recebo R$ 880 mensal, gasto R$ 400 com remédio e preciso sustentar meus filhos. A vida não tá fácil”, acrescenta.

A maioria pede para que os políticos abram os olhos para o Novo Futuro. “A gente já perdeu a esperança. Quem tem fé em Deus, ainda tem alguma coisa. Porque de resto, a gente não tem mais nada aqui”, lamenta uma moradora.
A Secretaria de Assistência Social, por meio da secretária Adriana Gabbardo garante que a atual administração está preocupada com as questões existentes no Novo Futuro, inclusive em 2014 e 2015 foi realizado pelo Departamento de Habitação um levantamento de dados para identificar as ocupações irregulares. As informações foram enviadas à Caixa Federal, a fim de fossem tomadas as medidas cabíveis. “Os problemas que estão presentes hoje no Novo Futuro vão além do âmbito da Administração Municipal. Sabemos que existem problemas relacionados ao pagamento da conta de água, relacionados à segurança do condomínio, porém, embora todo o esforço que o Governo Municipal tem desempenhado em mediar estas questões junto aos envolvidos, estas obrigações são particulares dos proprietários”, afirma Adriana.

A secretária disse ainda que “temos que pensar que o condomínio tem num pequeno espaço mais de mil habitantes. Temos cidades vizinhas que têm cerca de dois mil habitantes. Portanto, este espaço, já em seu projeto inicial, deveria ter sido contemplado com uma unidade básica de saúde e uma creche, por exemplo. Mas não foi isso que ocorreu, pois o único propósito de quem planejou a obra foi colocar as pessoas lá dentro, sem oferecer a estrutura necessária”, afirma Adriana.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário, deste sábado 3 de junho de 2016.