O bairro São Roque acompanhou o crescimento de Bento Gonçalves, tornando-se um dos maiores da cidade. O desenvolvimento da região também é percebido pelo número de estabelecimentos comerciais abertos. Por lá é possível encontrar lojas de diversos ramos, como padarias, pequenos restaurantes, postos de combustíveis, revendas de carros, entre outras tantas opções.

O vendedor Lucas Gazolla, 30 anos, embora natural de Santa Maria, mudou-se para a Capital Nacional do Vinho com a família quando ainda era criança, aos sete anos. Ele conta que a mãe sonhava em ter um bazar, o que se tornou realidade há mais de 20 anos.

Nessas mais de duas décadas, o comércio da família, assim como o bairro, cresceu, impulsionado pela força da demanda. De acordo com Gazolla, o empreendimento começou bem pequeno e só depois expandiu. “Já passou por quatro ou cinco reformas, por causa da demanda mesmo”, afirma.

Quando questionado sobre o que mais gosta no bairro, Gazolla destaca que é de toda infraestrutura. “Aqui tem faculdade, escola, exército, posto de saúde, um minicentro. O que precisar, tem”, frisa.

Quem também sabe da potencialidade do bairro é a Jandira dos Santos, 53 anos. Ela trabalha em um brick que existe há nove anos, o único de três que sobreviveu. O motivo é que a localização dos outros não gerava tanto movimento quanto o do São Roque. “As outras lojas foram fechadas e ficou só essa, que se manteve porque o ponto é melhor. Sempre foi movimentado aqui, pois é uma avenida”, ressalta.

Ainda assim, a movimentação foi impactada neste ano, devido a pandemia do coronavírus. “Tinha dias que a gente ficava aqui o dia inteiro e não aparecia ninguém, mas agora melhorou bastante. Nesses últimos dias já está bem melhor”, confessa Jandira.

Jandira elogia potencialidade comercial do bairro

Gerando empregos

Luciel de Souza Pinheiro, 35 anos, enxergou no São Roque a oportunidade de crescer no ramo que escolheu: alimentício. Após três meses trabalhando só de noite, com um trailer de comidas, percebeu que era hora de trabalhar durante o dia também. “Ficava parado de dia, então percebi que estava perdendo enquanto ficava em casa, foi quando procurei um ponto”, conta.

Ele escolheu estacionar o trailer perto do posto de saúde do bairro, para atender a demanda daquela região. Quando começou, tomou a iniciativa de conversar com a vizinhança da redondeza para perguntar se havia problema trabalhar por ali. Depois, legalizou o ponto e colocou a “mão na massa”.

Contudo, formar clientela, de acordo com Pinheiro, foi um processo demorado, mas que deu certo. “Quando comecei, de noite, eu quem ia atrás dos clientes, mas quando vim para cá, eles que tiveram que vir ao meu encontro. Mudou radicalmente, mas felizmente, ainda tenho aqueles consumidores do início”, comemora.

Luciel o escolheu o São Roque como ponto para venda de lanches

Ainda que a maioria dos clientes sejam moradores do bairro, também tem aqueles que vem de outros locais. Como consequência do sucesso, Pinheiro conta que, em breve, terá outro trailer. O ponto escolhido é o bairro Botafogo.

Para isso, ele vai gerar empregos. São quatro vagas esperando para serem preenchidas. Entretanto, percebe que faltam pessoas mais qualificadas para trabalhar na área. “Já tenho alguns currículos, mas estou precisando ainda de mais qualidade”, observa.

Atualmente, Pinheiro já gera dois empregos no bairro. Uma pessoa trabalha ajudando na produção dos alimentos. O mais recente, é um jovem que está encarregado de entregar os pedidos. “Temos agora um motoboy que está começando agora. É um guri de 17 anos que tem uma bicicleta a motor e veio pedir emprego, não pude dizer não. Ele faz as entregas só em volta do bairro”, finaliza.

Relação entre escola e família é pautada pelo diálogo

O maior colégio do bairro, a Escola Municipal de Tempo Integral São Roque Professora Nilza Côvolo Kratz, atende 283 alunos, do 1° ao 9° ano, na faixa etária que vai dos seis aos 14 anos, em turno integral, das 8h às 17 horas.

Por lá, o retorno às aulas presenciais aconteceu em duas etapas. A primeira, no dia 28 de outubro, para os alunos do 6° ao 9° ano. A segunda, no dia 12 de novembro, para os estudantes do 1° ao 5° ano. De acordo com a diretora Andreza Ana Peruzzo, pouco mais de 40% do total de alunos retornou ao ensino presencial.

A diretora Andreza destaca que a retomada foi organizada com base nos protocolos de segurança, para evitar a contaminação da Covid-19. Para isso, a escola montou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-E) no local, composta por membros da comunidade escolar. “O grupo foi o responsável por colocar em prática todas as orientações do protocolo de segurança e por organizar todo o retorno para os professores e alunos”, aponta.

Durante o período em que o ensino foi online, Andreza destaca que, embora tenham conteúdos que não foram desenvolvidos e que terão continuidade no próximo ano, “percebemos todo o envolvimento e dedicação das famílias, alunos e professores em querer fazer dar certo o ensino remoto e deu”, elogia.

Outro destaque que a diretora menciona é a relação entre as famílias dos estudantes e a escola. “É pautada pelo respeito diálogo. Somos parceiros na educação das crianças e dos adolescentes. Assim, buscamos estar sempre em contato com as famílias ajudando no que precisam da melhor maneira possível”, afirma.

O ano letivo do colégio vai encerrar no dia 23 de dezembro. Embora não tenha sido um ano tão fácil, Andreza afirma que “a lição mais importante aprendida nesse ano, foi a valorização da vida através do cuidado com as pessoas, não somente com a saúde, mas o cuidado afetivo”, finaliza.

Religião: aumento na oferta de missas

O Pároco da Paróquia São Roque, Padre Daniel D’Agnoluzzo Zatti, afirma que durante a pandemia do coronavírus, a Igreja aumentou a oferta de missas, projeto que já vinha de antes. “Vamos manter a proposta da missa diária. Anteriormente tínhamos apenas três missas por semana, agora temos oito missas”, afirma.

Padre Daniel conta a Paróquia São Roque aumentou oferta de missas

As missas ocorrem todos os dias as 19 horas e também aos domingos às nove horas. “Isso faz com que a qualidade do atendimento religioso seja muito maior, bastante qualificada por favorecer justamente essa frequência mais assídua, mais intensa ao sacramento da eucarística”, ressalta.

Festa de São Roque e São Gotardo

O padre já antecipa que a tradicional Festa de São Roque e São Gotardo, que no dia 15 de agosto de 2021 estará na 65ª edição, provavelmente será dentro do contexto de esperança, gratidão a Deus e alegria pelo retorno das relações mais livres entre as pessoas. “Será muito significativo o agradecimento, a interseção de São Roque por esse ano que está passando e também que está já gerando promessas de cura, de vacinação em massa, isso significa uma alegria para nós”, finaliza.