O futuro do bairro São João promete ser de expansão e desenvolvimento. É que foi aprovada a construção de mais um loteamento residencial para a região. A área, que fica atrás do estádio Montanha dos Vinhedos, contará com mais de 700 lotes. Por lá, os moradores receberam a notícia com alegria, pois acreditam o local vai evoluir ainda mais.

O aposentado Alves Pandolfo, 74 anos e a esposa, Assunta Pandolfo, 74 anos, acompanharam de perto todo progresso do bairro. Quando começaram a morar lá, há mais de quarenta anos, o local ainda não tinha energia elétrica e nem água. “Foi difícil no começo. Depois, começou a crescer e a gora é realmente um lugar muito bom para morar”.

Assunta e Alves Pandolfo, avós do Gabriel, de oito anos, moram no bairro há mais de 40 anos

Sobre a área que vai receber o novo loteamento, Pandolfo sugere que devido ao tamanho, o espaço poderia ser utilizado para lazer. “A extensão de terra é muito grande e tem muito mato nativo ainda. Acho que deveriam fazer uma chácara para as pessoas desfrutarem o final de semana. Inclusive tem dois açudes bonitos, é um lugar muito bacana, muito lindo”, afirma. Apesar da sugestão, Pandolfo acredita que a construção de moradias será boa para o bairro.

Inês Vincenzi Sonaglio, 57 anos, mora no São João há três décadas. Ela também tem uma visão positiva sobre o loteamento. “Acho ótimo. As pessoas precisam de moradia. São 700 lotes, então vão ser no mínimo 700 famílias morando lá, mas se resolverem construir um condomínio, vai virar uma cidade como Monte Belo lá no loteamento”, compara.

A aposentada Maria ElitaInvernizze, 62 anos, que também foi uma das primeiras moradoras do bairro, afirma que o loteamento vai valorizar ainda mais o São João. “Vai aumentar o fluxo de veículos e de pessoas. O bairro vai crescer, vai ter mais empresas, vai começar a vir mais lojas”, afirma.

Maria Elita acredita que loteamento vai valorizar mais a região

Construção do túnel

Desde o final de agosto, o trevo da BR 470 está em obras. O motivo é a construção do túnel de acesso norte, que vai promover a interligação com o bairro São João e o centro, facilitando a trafegabilidade do trânsito, que recebe mais de oito mil veículos diariamente.

O empreendimento, que tem investimento de R$ 9.594.925,27, compreende a sinalização, terraplenagem, contenção, bueiros e dispositivos de drenagem, pavimentação de trechos, passeio público, iluminação e paisagismo.

Os moradores do bairro, consideram a obra necessária, mas afirmam que o trânsito no local está caótico. “Acho que deveriam por mais gente para trabalhar e até mais tarde. Meu filho tem que dar uma volta enorme para ir ao trabalho. Está um transtorno o trânsito, mas claro, a obra tem que ser feita, custou caro e nós precisamos”, afirma o aposentado Pandolfo.

A comerciante Mari Pereira, 35 anos, tem um supermercado no bairro há quatro anos. Ela considera o empreendimento muito importante. “É algo que os moradores esperam há bastante tempo. Claro que agora está um transtorno enorme, falta sinalização e isso é péssimo, mas com certeza vai melhorar muito depois”, afirma.

Mari escolheu o bairro para abrir um comércio

Quem tem a mesma opinião é a moradora Maria Elita. Ela diz que apesar das dificuldades que a obra está impondo, vai valer a pena quando o túnel ficar pronto. “Está dando um transtorno bem grande para entrar e sair do bairro, mas contanto que fique bom depois, vai valer a pena o sofrimento de agora”, opina.

Já a moradora Inês Vincenzi Sonaglio, 57 anos, diz que é preciso ter paciência com a obra. “Em algum momento vai ficar pronto, espero que não demore tanto. Para o futuro, vai ser muito bom”, diz.

Segurança do bairro

Quem convive diariamente no São João, seja por morar ou trabalhar no local, afirma que a segurança do bairro está melhor do que antigamente. “Melhorou bastante. A gente vê o carro da polícia passando por aqui, antes isso não acontecia. Claro que sempre pode melhorar, mas não tenho do que reclamar”, afirma a comerciante Mari.

Já a moradora Inês diz que notícias sobre assaltos ocorridos no bairro não são comuns e que os problemas relacionados a droga, reduziram. “Agora está bem tranquilo. Melhorou muito. Os jovens também não são bagunceiros”, afirma.

Necessidade de mais creche

Inês é vó do Gabriel, de três anos, que frequenta, duas vezes por semana, uma creche localizada no centro da cidade. O deslocamento foi a única solução encontrada, já que na creche do bairro, não tinha vaga para o pequeno. “Ele está indo em uma escolinha particular, conseguimos uma vaga comprada, mas temos que nos deslocar até lá”, relata Inês.

Gabriel, três anos, não conseguiu vaga na creche do bairro

A necessidade por mais uma creche no São João, segundo Inês, é também a demanda de muitas outras mães que passam pela mesma dificuldade. “Tem muitas crianças nos prédios, nos condomínios e se abrir o loteamento, aí sim vamos precisar”, afirma.

Demandas da rua

Os moradores da rua Santos Dumont, tem uma demanda muito antiga: o alargamento da rua. A aposentada Maria Elita, conta que se um carro estiver estacionado, já dificulta a passagem de outro. “É necessário alargar, pois ela é muito estreita”, afirma.

Outro problema, na mesma rua, relatada pelo Pandolfo, é quanto a alta velocidade que os veículos passam por lá, colocando em perigo os pedestres. “A rua é bem lisa, então o pessoal se aproveita. De noite passam a cem por hora”, conta.

De acordo com Pandolfo, os moradores já pediram para ser colocado um quebra-molas, para reduzir a velocidade, entretanto, não foram atendidos. “Analisaram e constataram que tem pouco fluxo de gente, mas nós temos um colégio aqui perto, então passa sempre aquela turma que vai estudar e se torna um perigo, porque nem tem calçada do outro lado da rua, mas eles acham que não é necessário”, conta.