Comunidade do bairro Progresso aponta possíveis práticas ilegais em terreno baldio da rua Étore Geovane Perizolo

Um terreno baldio, localizado no cruzamento entre as ruas Étore Giovanni Perizolo e a Maria da Rosa Schmitz, no bairro Progresso, tem causado dores de cabeça para os moradores do local. Conforme denúncias feitas para a reportagem do Semanário, o local estaria sendo usado como ponto de consumo e até mesmo tráfico de drogas. Além disso, os moradores afirmam que, por conta da altura em que se encontra o matagal, que não passa por roçada, criminosos responsáveis por furtos e roubos na região estariam utilizando o local como esconderijo após atos delituosos.

Conforme moradores, consumo de drogas é frequente; â noite, flagra de portão sendo furtado. Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com uma das moradoras do prédio em frente ao terreno, e que pediu para não se identificar, denúncias foram encaminhadas às autoridades responsáveis, desde março do ano passado. Moradora do local há cinco anos, ela afirma que a situação piorou recentemente. “Em março do ano passado, a Brigada Militar e a prefeitura estiveram aqui, mas nada foi feito, e não tivemos retorno”, denuncia.

Segundo ela, o ponto é utilizado para consumo e venda de drogas. Além disso, conforme a moradora, há inclusive prostituição no local. Conforme os relatos, furtos e roubos praticados próximo ao local são constantes. De acordo com ela, na noite de segunda-feira, 26, a BM esteve no local. No entanto, ninguém foi detido. Ainda conforme a moradora, um portão de ferro de um estabelecimento foi furtado, e os criminosos fugiram pela rua.
A preocupação dos moradores é constante, inclusive durante o dia. “As crianças passam pela rua para ir à escola. Então é algo que nos deixa assustados”, denuncia.

O que dizem as secretarias

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a responsabilidade pela manutenção do terreno não é da prefeitura de Bento Gonçalves. Isso porque trata-se de uma área de “mato de preservação”, no qual há uma nascente de água. Por conta disso, a área não pode ser modificada.

Além disso, o terreno é de propriedade privada. De acordo com a Secretaria, o proprietário foi notificado para fazer as manutenções necessárias, inclusive a instalação de uma cerca no local, para impedir invasões. No entanto, por ser uma área particular, a prefeitura não pode obrigar ou autuar o proprietário caso a notificação não seja cumprida.

O Semanário tentou contato com o proprietário do local, para saber se algum tipo de medida seria tomada. No entanto, até o fechamento desta edição, não conseguiu contato.

Já a Secretaria de Segurança Pública afirmou ter conhecimento do problema. De acordo com o secretário José Paulo Marinho, uma ação já foi feita no local no ano passado, para tentar coibir ações como as que vêm ocorrendo.
Segundo ele, as informações sobre o local já foram repassadas à Brigada Militar. Ainda conforme o secretário, a pasta monitora o local e tem conversado com moradores, trocando informações constantes sobre os acontecimentos.

BM afirma que vai apurar fatos

Já a Brigada Militar, procurada pela reportagem, afirmou não ter conhecimento da situação. De acordo com o capitão do 3º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPAT) de Bento Gonçalves, Diego Caetano de Souza, o local passará a ser observado pelas autoridades.

No entanto, conforme o capitão, há uma dificuldade em monitorar todos os locais denunciados pela comunidade. “A falta de efetivo e recursos infelizmente é uma realidade. Tentamos atender as denúncias, mas nem sempre as informações que chegam para a gente, especialmente de tráfico de drogas, se confirmam quando vamos verificar”, comenta.