Em meio às preparações para celebrar o sesquicentenário da imigração italiana, uma iniciativa ganha corpo e debate: a construção de um monumento em homenagem aos imigrantes que desbravaram e construíram esta terra.
Um dos nomes à frente dessa empreitada é o senhor Dorvalino Sonaglio, que compartilhou os desafios e as perspectivas para a realização deste projeto. “A data histórica, 24 de dezembro, seria o ideal para a inauguração desse monumento. Mas, para mandar produzir algo dessa magnitude, dedicado a um casal de imigrantes, aqui na região, já não temos mais tempo hábil, se considerarmos o processo completo”, pondera Sonaglio, evidenciando a complexidade e os prazos envolvidos na concepção e execução de uma obra dessa natureza.
Em reunião realizada na quinta-feira, dia 8, reuniram-se Dorvalino, o Secretário de Turismo, Henrique Nuncio, a analista de logística na Transportes Bertolini, Patrícia Domingues Sonaglio Scarton, o representando do Circolo Trentino, Sandro Giordani e representando o Bento+20, Gabriel Stella, para debater as possibilidades a respeito da construção do monumento.

Presentes na foto Dorvalino Sonaglio, Sandro Giordani e Gabriel Stella


A localização do monumento foi um dos pontos de discussão. Inicialmente, cogitou-se a instalação complexo Viário da Zona Sul. Entretanto, a localização ainda não foi totalmente definida devido à necessidade de uma análise mais específica, levando em consideração as condições de trafegabilidade e de acessibilidade ao monumento para que os turistas possam tirar fotografias.
A questão financeira, naturalmente, emerge como um ponto central. “O grande problema agora é: quem vai arcar com as despesas? O grupo tem que montar uma entidade, seguir um processo contábil como se fosse uma empresa, para poder abrir uma conta bancária e, assim, buscar recursos junto às empresas?”, questiona Nuncio. Ele também sugere que a captação seja realizada junto a uma entidade já existente para que o processo possa ser agilizado. “Seria interessante utilizar um CNPJ de alguma entidade já formada, que encabeçasse o processo, criando um departamento específico para tratar desse assunto” afirma.

Patrícia Domingues Sonaglio Scarton e Henrique Nuncio


Diante dos desafios de tempo e recursos, o grupo idealizador começa a considerar alternativas para não deixar passar em branco a marca dos 150 anos da imigração. “Vamos dar o nome ao processo, para que o monumento seja construído mesmo que ultrapasse a data de cumprimento dos 150 anos. Poderemos inaugurar em janeiro, fevereiro ou março, quando estiver pronto”, afirma Sonaglio, demonstrando flexibilidade e um compromisso com a qualidade e a perenidade da homenagem, acima de um prazo específico.
Nuncio explica os trâmites necessários para que a proposta passe pela devida análise. “Não é uma decisão individual. Hoje existe uma comissão para as comemorações dos 150 anos, e essa proposta deverá passar por ela para que não seja vista como um interesse particular de um grupo de cinco pessoas. Precisamos entender a situação e viabilizar o projeto de forma conjunta, envolvendo as entidades locais”, explica.
A escolha da representação artística do monumento também é um tema em aberto. Embora a sugestão inicial seja um casal de imigrantes, Sonaglio ressalta que a ideia não é fechada. “A coisa está bem aberta. A sugestão do casal de imigrantes é um ponto de partida lógico, considerando que foram os primeiros a chegar e construir nossa cidade. Mas não precisa ser unicamente um casal com a uva, podemos pensar em algo diferente, que se torne um espaço turístico significativo”, vislumbra, incentivando a criatividade e a busca por uma representação que dialogue com a identidade e o futuro de Bento Gonçalves.
Para avançar, o grupo pretende elaborar um projeto detalhado que conte a história da imigração, justifique a escolha da representação artística e sirva de base para os pedidos de patrocínio. “Acredito que o ponto de partida seja montar um projeto bem elaborado, contando toda a história, o porquê da escolha da figura, e montar pedidos de patrocínio com cotas para diversas empresas e entidades”, detalha Nuncio.


A localização na rotatória da Zona Sul, defendida pelo grupo, também leva em consideração o fluxo turístico e a visibilidade do monumento. “Ali passam os trens da Maria Fumaça, com turistas de todo o país e do exterior. Um monumento naquele local seria uma recepção calorosa, uma cortesia que marcaria a chegada dos visitantes e lhes daria uma referência da nossa história e cultura”, argumenta Sonaglio, destacando o potencial turístico da iniciativa.
No entanto, a escolha do local também levanta questões de segurança e mobilidade urbana. A preocupação é que um monumento mal planejado possa desviar a atenção dos motoristas ou gerar pontos de estacionamento inadequados. “Precisamos ter cuidado para que o monumento não cause impactos negativos no trânsito. É importante envolver outras secretarias, como a de Mobilidade, para estudar o impacto e garantir a segurança de todos”, pondera Nuncio, demonstrando uma visão abrangente do projeto.
O próximo passo crucial será a formalização da proposta e a apresentação à comissão dos 150 anos, munida de um projeto bem fundamentado que justifique a relevância histórica e cultural do monumento, abrindo caminho para a busca dos recursos necessários e a concretização desse importante legado para as futuras gerações.