Monotonia? Rotina?

Pelo que se constata, a imprensa não terá nenhum motivo para publicar receitas de bolo para preencher espaços, sejam jornalísticos, televisivos, em rádios ou sites e blogs na internet. Nestes dez meses de 2019, com a família Bolsonaro no governo e no poder, não passa um dia sem uma notícia, um fato ou uma declaração bombástica vinda do pai, dos filhos ou dos assessores diretos. É inegável que monotonia e rotina são expressões que passam distantes da equipe governamental. E nesta semana, mesmo com Bolsonaro Pai no exterior, isso ficou muito claro.

Festival de “desculpas”

Sempre que se pede desculpas é porque se assume um erro cometido. E o filho Eduardo, que poderia ter sido beneficiado pelo pai com um “filé” (isso dito pelo próprio pai) chamado “Embaixada dos Estados Unidos”, tem sido useiro em pedidos de desculpas. Afirmou claro, alto e bom som que “para fechar o STF só precisa de um cabo e um soldado”. Agora dá nefasta declaração sobre uma das maiores desgraças que a ditadura militar protagonizou: o AI-5 (sugiro que os adeptos à “intervenção militar já” tomem ciência dele). Além do pai, várias autoridades e instituições brasileiras o censuraram. Pediu desculpas! A famosa expressão “POR QUE NÃO TE CALAS” bem que poderia ser adotada por ele, não?

E não foi só isso!

Mas, há uma velha máxima que diz: “A fruta não cai longe do pé”. E há sobrados motivos para se crer nela. O pai Bolsonaro publicou vídeo em que se mostrava com “um leão cercado por hienas”, sendo que as hienas eram partidos políticos (inclusive o seu, PSL), imprensa, entidades (até a ONU), STF e outros. Ele, “o Rei da Selva”, viu a enorme bobagem que fez e eliminou o vídeo e, como é tradicional na família, PEDIU DESCULPAS. E não poderia ser diferente, diante das enérgicas repulsas que o infeliz video provocou. Mas, quem tem “a ousadia” de criticar esses desmandos corre o risco de ser ameaçado, chamado de “petista-comunista”, de “mortadela”, de “ex-mamador” … Pobre Brasil!

STF

Interessante é que o STF não foi qualificado como “hiena” quando concedeu liminar proibindo a investigação sobre as atividades “atípicas” do filho Flávio Bolsonaro, protagonizadas pelo indefectível Fabricio Queiroz, cujo depoimento está sendo esperado até hoje e que já surgiu com gravações altamente comprometedoras. Por que será que ele não comparece para depor, mesmo intimado? Ah, sim, “é proibido” questionar essas coisas.

Os incêndios

Mais uma vez – o que tem ocorrido com relativa frequência -, novos incêndios destroem largos espaços na Califórnia, rico Estado dos Estados Unidos. A diferença dos incêndios no Brasil é que lá ONGs, “petistas-comunistas”, ambientalistas e outros não são acusados. Eles começam combatendo os incêndios e depois buscam suas causas, sem “teorias da conspiração”. Aqui, qualquer coisa que desagrade a “gregos ou troianos”, já recebe um qualificativo, sempre pejorativo. Os “efeitos” recebem importância suprema e as “causas” são relegadas a um plano secundário ou menor. Por isso os “incêndios” surgem dia após dia.

Itacyr, o grande!

Meu dileto amigo Itacyr Giacomello recebeu significativa homenagem da Câmara de Vereadores. Além de amigo, és meu colega colunista do Jornal Semanário, tendo alguns anos a mais como tal, o que é motivo de orgulho para mim. Quero, portanto, te endereçar a minha homenagem pelo muito que sempre representaste na evolução, no progresso, no crescimento da nossa Bento Gonçalves. Um incansável batalhador, te tornaste um ícone das grandes realizações do município. Receba, meu caro Itacyr, minha homenagem, meu reconhecimento e meu carinho pelo magnífico GRANDE, imenso ser humano que és, um exemplo a ser seguido. Abração, “pequeno-grande notável”!

Mudem!

Impressionante os violentos embates que pululam, notadamente nas redes sociais, tendo como base a Constituição Federal. Tem sido frequente as votações no Supremo Tribunal Federal havendo claras divergências de interpretação. Tanto que muitas vezes o placar das votações se dá por 6 x 5 ou 5 x 6, comprovando que a hermenêutica pode ter interpretações conflitantes e, por isso, podendo conceder benefícios ou penalidades indevidas. O artigo 5º da Constituição, que trata “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”, tem sido o polêmico alvo atual, tratando da prisão em 2ª Instância. E ele é, realmente, passível de interpretações divergentes. Por que, então, não se faz um Projeto de Emenda Constitucional objetivando acabar com esses conflitos de opiniões?

Últimas

Primeira: E o imenso cassino chamado de “mercado”, que envolve a Bolsa de Valores e a cotação cambial, do dólar particularmente, tem fervido ultimamente. Os “riquinhos” do mundo todo, assessorados por “experts bem informados”, deitam e rolam;

Segunda: As bombásticas entrevistas da família presidencial têm fornecido ótimos elementos para as “perdas e ganhos”. Os “ganhos” são do 1% mais rico e as “perdas” são dos 99% da massa que acredita no “mercado”;

Terceira: Para os pagadores da conta entenderem: advogados admitidos por concurso, sabendo dos ótimos salários mensais, reivindicam “honorários de sucumbência”, mas não assumem as “custas por sucumbirem”. Nem tentem entender…

Quarta: Não tentem entender, também, o porquê de funcionários que têm estabilidade no serviço público recebem aumentos de salários por “anuênios”, “biênios”, “quinquênios”, etc.

Quinta: Na iniciativa privada é até compreensível isso, já que para MANTER o emprego, a pessoa tem que ser muito boa no que faz, tendo seu desempenho avaliado diariamente, podendo ser demitida a qualquer momento;

Sexta: Alguém tem noticia sobre haver empenho da Câmara de Vereadores sobre o caso dos vereadores que estariam envolvidos em “rachadinha”, investigado pelo MP?

Sétima: Tenho recebido muitos contatos de pessoas que, como eu, “estranharam” o forte aumento havido na “contribuição de iluminação pública” cobrada na conta de energia elétrica. Eu não sei o motivo. Alguém sabe?

Oitava: Fui cobrado por colorados por não ter comentado os 5X0 do Flamengo. Bem, agora já recuperado da “paulada”, posso dizer que o Brasileirão passou a ter importância. Inclusive para os colorados.