Desde o início do mês, a Emater/Ascar e a Embrapa Uva e Vinho estão monitorando a presença da mosca das frutas em pomares de pessegueiros de municípios da região. O objetivo é trazer boletins informativos semanais, com base nos dados colhidos na pesquisa, para auxiliar os produtores a manejarem as pragas que atacam o pêssego e as demais frutas de caroço.
Inicialmente, foram escolhidos 15 produtores de Pinto Bandeira, Farroupilha e da região de São Pedro, em Bento Gonçalves. Nessas propriedades, foram instaladas armadilhas para atrair as moscas e, por consequência, colher os dados necessários para os boletins.
De acordo com o agrônomo da Emater/Ascar de Bento Gonçalves, Thompson Didoné, a medida deve evitar que produtores utilizem defensivos agrícolas de forma indiscriminada. “A ideia é que realmente o produtor não faça tratamentos aleatórios e que faça a intervenção somente quando julgar necessário”, observa.

A praga causa o amadurecimento desuniforme do pêssego. Foto: Reprodução

Embora o sistema esteja apenas em fase de implantação na região, ele já auxilia os produtores de Pelotas há sete anos. “As entidades estão vendo resultado lá em Pelotas, então nós achamos perfeitamente possível fazer este levantamento aqui”, afirma.
Na Emater, o agrônomo Alexandre Froza será responsável pela leitura e divulgação dos dados, que serão disponibilizados pelo rádio e, também, por mensagem de celular. Na Embrapa, o responsável será o pesquisador Marcos Botton.
Didoné expõe que, como a ideia deu certo no sul do estado, a Embrapa Uva e Vinho, em parceria com a Emater, resolveu implantar na Serra Gaúcha. “Nós vamos orientar a aplicar menos produtos agressivos ao próprio produtor e ao consumidor, além da utilização de tratamentos mais localizados”, prevê.

Defensivos agrícolas

A venda de defensivos agrícolas depende necessariamente de um receituário agronômico, conforme explica Didoné. “Um técnico prescreve o produto, a receita e a dosagem, além do horário de aplicação”, comenta.
Didoné ainda coloca que em alguns casos, os produtos que deveriam ser utilizados na uva, são aplicados no tomate, por exemplo. “Tem que ter um acompanhamento, inclusive os agricultores estão sujeitos a multa se não tiverem o documento”, alerta.
Ele ainda aponta que todos os produtos que são vendidos nas casas agrícolas são permitidos pela legislação. “Se o agricultor procurar orientação técnica, não tem como dar errado. Não é permitido comprar sem receituário”, ressalta.