É engraçado quando esse dia chega, até porque, sempre começamos alguma coisa pela primeira vez: o primeiro passo, a primeira comida, o primeiro dia de trabalho, a primeira viagem.

A gente, geralmente, pensa muito antes de ir, sua frio só de imaginar, se arruma pensando em como vai ser. Leva tudo o que acha necessário, se perfuma, toma banho, arruma o cabelo, fica bonito.

Quando chega a hora, dá vontade de desistir. A gente é acometido pelo medo, pela ansiedade, parece tão fácil pra quem já teve sua primeira vez.

Então, a gente sai de casa com medo, mas, mesmo assim, criamos coragem, enfrentamos nossas escuridões e vamos adiante.

Algumas pessoas choram; outras querem desistir e ficar em casa; há os que enfrentam sem medo, como se já fossem íntimos. E, assim, precisamos confiar na pessoa que nos passa segurança na chegada, da companhia, da forma de condução. Depois a gente se acostuma, leva isso com certa naturalidade, afinal, uma vez que experimentamos, estamos para sempre nessa rotina.

Os meninos, vez ou outra, são mais seguros, autoconfiantes. As meninas choram mais, ficam com mais medo. Mas depois de um tempo de costume, tudo vai bem, até mesmo quando trocamos a companhia.
O importante é os pais ensinarem bem o caminho, prepararem os filhos para esse dia que, mais cedo ou mais tarde, vai chegar.

A minha primeira vez foi tranquila, estava ansiosa, na verdade. Quando chegou o dia, fiquei pronta e parti, caminhando, dando tchau pra minha mãe que me avistava do portão.

Mesmo que pareça duro, todo mundo passou por diversas primeiras vezes.

Essa foi a minha primeira vez. Lembro como fosse hoje. Filas, crianças correndo, professoras chamando o nome das crianças da sala. Tudo isso no meu primeiro primeiro dia de aula (a repetição foi proposital). Um misto de medo e alegria, ansiedade e euforia. E um dia tão inenarrável que eu sigo na escola até hoje, agora do outro lado, recepcionando àqueles que também passam pelos seus primeiros dias. Depois daquela primeira vez, só alegria. O ambiente já era corriqueiro, a professora e a mãe pareciam a mesma pessoa, eu aprendi coisas que levo até hoje, até mesmo músicas e falas do teatro de Natal.

Por isso, cada um tem sempre a sua primeira vez na escola. E que seja, para sempre, inesquecível, como fora a minha e que nunca abandone esse ambiente de brincar, aprender e partilhar memórias como se todo dia fosse a sua primeira vez!