Meu nome é Zé. Zé da Mata. Na verdade, Zé da Mata Neto.

Fui concebido em plena ditadura. Meu pai, o Zé Filho, costumava dizer que, graças à “dita dura”, vim ao mundo. Senão estaria ainda nadando em meio ao líquido seminal, eu e mais um milhão de “irmãozinhos”, à espreita de uma oportunidade para escapar daquele reservatório pré-diluviano.

Acho que tive muita sorte. Ganhei a “Olimpíada de 1964”, eu, euzinho da silva, digo, da Mata, na categoria dos cem milímetros, deixando para trás um “cardume” de candidatos a gente…
Enfim, cá estou, longe da minha terra querida… Se bem que toda terra é querida, lá, aqui ou na China… Tudo é terra do mesmo Planeta, que já foi mais azul.

Como tem sido minha vida? Posso garantir que foge um pouco do convencional…
Dormi muitas vezes sob um teto cheio de estrelas…
Já fumei baganas e bebi “aguinha de fruta”… Daquela que passarinho não toma…
Meu lazer predileto era bulir com as mulheres dos outros…

Gastava a maior parte do tempo em buracos, agarrado ao martelete, definindo meus bíceps e tríceps… De quebra, furava pavimento, rocha e o que viesse pela frente… Já fui um “cirurgião das ruas”…
Assim eu via a vida passar… E também muita mulher boa, graças a Deus!

Mas, hoje, estou acrescentando novo item ao meu currículo. É surpresa! Só vou contar no decorrer destas páginas… Por quê? Ah! É aí que mora o segredo. O que posso adiantar é que, se for direto ao ponto, não chegarei a lugar nenhum. É a manha, entende?!

O texto acima é o que introduz, na história, o personagem de “Confissões de um Vencedor”, (2007). Na verdade, o livro é composto de pequenas histórias relatadas em ordem cronológica, que mostram a trajetória do Zé da Mata Neto.

Dizem os que acompanham minhas produções que este livreto (67 pág.) apresenta uma leitura gostosa e divertida que, inclusive, poderia ser trabalhada em sala de aula. Então, caso você queira dar continuidade à leitura, é só procurar a Livraria Aquarela ou a Paparazzi. Ou, se preferir, comigo mesma.