No início, houve queda no número de vacinados em todas as faixas etárias. Porém, o município logo retornou à quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde. No total, a cidade atingiu 122% da cobertura vacinal

Desde meados de 2020, o assunto mais comentado no mundo é o coronavírus. Pessoas preocupadas sobre como fazer para não contrair o vírus, aguardando pela vacina, ou mesmo se alimentando erroneamente de notícias falsas, que promovem a desinformação. Contudo, não se pode esquecer que também existem outras doenças que precisam ser diagnosticadas e tratadas, e não é recomendável negligenciar as intervenções médicas necessárias para cada patologia. As vacinas são importantes para isso, principalmente nas primeiras faixas etárias.

Em Bento Gonçalves, o coordenador do Setor de Imunizações, Maichel Manfredini, afirma que no início da pandemia houve uma queda do número de doses de vacinas aplicadas em todas as faixas etárias, mas não foi algo que se prolongou. “Após o entendimento da população e dos serviços de saúde, de como deveriam se postar frente a pandemia, mantendo distanciamento social, uso da máscara, do álcool gel, os números voltaram ao mesmo patamar em comparação ao ano anterior”, relata.

Como comprovação da mudança de pensamento da população, na segunda metade do ano o cenário já mudou. “Tivemos uma campanha de vacinação no segundo semestre, com a qual conseguimos atingir a meta e tivemos um número alto de atualização de carteiras de vacinação”, lembra.

Segundo Manfredini, os números totais se mantiveram muito próximos de 2019, e em alguns meses, até ultrapassaram o ano anterior. “Os serviços de saúde estão realizando um excelente trabalho para manter a vacinação dentro, ou muito próximo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde”, enfatiza.

A vacina contra poliomielite é feita em cinco fases. Quando a criança completa dois, quatro e seis meses, além do reforço aos 15 meses e quatro anos. De acordo com o enfermeiro, a vacinação contra a doença está no calendário vacinal da criança e nas campanhas de vacinação organizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Ela é importante, pois é a única forma de prevenção da doença. Através deste trabalho incansável, desenvolvido ao longo dos anos na saúde pública, temos a certificação de país livre da doença desde 1994”, comemora.

Em 22 de dezembro, a Capital Nacional do Vinho recebeu o Selo de Vacinação do Governo do Estado por ter atingido 122% de cobertura vacinal contra a poliomielite na Campanha de Multivacinação. No total, 5.468 crianças receberam a imunização. “A campanha de vacinação contra a poliomielite e multivacinação foi excelente em nosso município. Graças ao empenho dos profissionais de saúde que atuam nas Unidades de Saúde e nas salas de vacina, conseguimos superar a meta determinada. Além disso, tivemos um grande número de carteiras de vacinação atualizadas para que possamos manter nossas crianças protegidas de inúmeras doenças”, conclui.

Número de infectados pelo HIV
está diminuindo

Teste rápido da doença pode ser realizado em todas as Unidades de Saúde
Foto: Arquivo JS

Outro problema que é assunto de debate desde os anos 1980, e que não pode ser esquecido, é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Doença crônica desencadeada pelo vírus HIV, pode causar danos no sistema imunológico, além de acarretar ao organismo dificuldade para combater outras infecções.

Segundo a coordenadora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (SAE/CTA) de Bento Gonçalves, Adriana Cirolini, no país, o número anual de casos está diminuindo desde 2013, quando foram observados 43.368. Já em 2019, a enfermeira afirma que o registro foi de 37.308 positivados para doença.
Atualmente, o Brasil registra 17,8 casos a cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul teve um declínio de 34,6% na taxa de infecção. Já a Capital do Vinho, conforme o boletim epidemiológico de 2020, tem a taxa de 24,1 a cada 100 mil habitantes. “Portanto estamos acima da média nacional e abaixo da média do estado”, explica Adriana.

Quando diagnosticada com o HIV, qualquer pessoa tem direito a acompanhamento médico gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O diagnóstico pode ser feito e acompanhado no seu médico privado, mas a medicação está disponível na rede pública. Caso o usuário seja do SUS, será encaminhado ao Serviço de Atendimento Especializado para seguimento, acompanhamento e tratamento com a equipe multiprofissional disponível neste setor”, afirma.

Tratamento

É possível viver com qualidade de vida, mesmo portando a doença, contanto que seja realizado o tratamento adequado. “Após realizar exames confirmatórios e outros que seu médico julgar necessário, o usuário é encaminhado a Unidade Dispensadora de Medicamentos – aqui em Bento é junto ao serviço especializado – para retirar o tratamento”, salienta.
É possível realizar a retirada mensalmente, porém, há exceções. Neste momento de pandemia, por exemplo, a entrega pode ocorrer para 60 dias. “Mas tudo é avaliado, junto com a equipe, caso a caso”, pondera Adriana.

Como prevenir?

A melhor forma de prevenção da infecção pelo HIV é o acesso a informações corretas, além do uso de preservativo em relações sexuais. O diagnóstico precoce é a melhor maneira para facilitar que as pessoas que vivem com Aids tenham melhor qualidade de vida. “Todas as Unidades de Saúde, incluindo o Centro de Testagem e Aconselhamento, têm disponíveis preservativo masculino e feminino, assim como, realizam os testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C”, conclui.

Formas de transmissão da doença

  • Sexo desprotegido, expondo homens e mulheres de qualquer idade, independente do tipo de relação sexual que praticam (vaginal, oral e anal)
  • De mãe para o filho na gestação, parto e amamentação
  • Compartilhando materiais que apresentam sangue (cachimbo do crack, canudo de aspirar cocaína e drogas injetáveis)

Foto em destaque: Agência Brasil