Ainda que a passos lentos, os indicadores começaram a dar sinais de que a economia brasileira iniciou uma retomada positiva, o mercado de trabalho, aos poucos, também apresenta leve melhora. Mesmo que economistas e especialistas da área garantam que os efeitos da prolongada recessão custem a desaparecer em curto prazo, a oferta de postos de trabalho tende a crescer gradativamente em 2018. Setores como a indústria e serviços seguem liderando o ranking de abertura de vagas.

Maso garante que melhora na economia deve manter contratações em 2018. Foto: Ranieri Moriggi

Conforme o coordenador da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Agências FGTAS/Sine), agência de Bento Gonçalves, Alexandre Maso, o ano de 2017 foi considerado de muita concorrência e competitividade, principalmente, pelo escasso número de postos de trabalho disponibilizados. Maso destaca ainda que os contratantes estão mais rigorosos, buscando experiência, aliada a qualidade da mão de obra. “Sentimos mudanças no mercado de trabalho, acentuando-se ainda mais a disponibilidade de mão de obra”, afirma.

Indagado sobre as perspectivas, quanto aos empregos criados nos primeiros meses de 2018, Maso afirmou que não há números oficiais que possam ser divulgados. No entanto, ele se diz confiante de que a retomada de crescimento deve continuar no ano que vem. “Como não fazemos estudos de mercado, não temos projeções. Nosso trabalho é baseado na demanda que nos é apresentada. Temos boas expectativas, já que vemos a indústria começando a retomar o crescimento, baseados no aumento de vagas de trabalho oferecidas aqui na agência. Assim, se observa um pequeno aumento”, garante.

Ainda, para 2018, segundo Maso, a agência do Sine de Bento Gonçalves projeta o início do trabalho com menores aprendizes, além da expansão da captação de vagas no mercado de trabalho. Outra mudança se dá pela troca de coordenação da agência. Deve assumir o cargo de coordenador Sandro Castagnetti.

Pesquisa confirma números positivos

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), deve continuar em patamar elevado nos próximos meses, exibindo sinais mais favoráveis do mercado de trabalho no curto prazo. A avaliação é do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) Fernando de Holanda Barbosa Filho.

Os resultados servem ainda para renovar o maior nível da série histórica, iniciada em junho de 2008. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), também calculado pelo Ibre-FGV, avançou para 98,6 pontos.
Segundo Barbosa Filho, isso ocorre porque, apesar da expectativa de melhora do mercado de trabalho nos próximos meses, o nível de desemprego permanece elevado. “Embora empresários esperem por melhora e o consumidor saiba que vai melhorar, isso ainda não aconteceu. Então, a situação atual que eles reportam é ruim. É o dia a dia da pessoas que procuram emprego e não encontram. Então, esta é a foto que está feita, mas o filme vai ficar mais bonito. A expectativa é de queda do ICD no ano que vem”, afirma.