A ideia é tentadora: riscar a menstruação do seu calendário, evitando os incômodos das cólicas e da tensão pré-menstrual (TPM). A questão é saber se isso traz ou não consequências para o seu corpo. Os profissionais consultados pelo Portal Vital dizem quais são os prós e os contras e compartilham suas posições para que você fique mais informada.

Como funciona

Atualmente, as farmácias têm em suas prateleiras uma série de medicamentos à base de hormônios desenvolvidos pela indústria farmacêutica justamente para esta função. A grande capacidade de regeneração do endométrio (tecido que reveste o útero internamente, fica mais grosso em preparação a uma eventual fecundação e é expelido quando ela não acontece) ocorre devido à capacidade de reconstituição de um grande número de células. Para bloqueá-las, são usados hormônios que agem nas mamas, no metabolismo e principalmente no comportamento. Cria-se uma espécie de menopausa artificial, que, em alguns casos, impacta no sono, no pico de desejo sexual típico e desejado da ovulação e até no quociente intelectual e emocional.

Fertilidade e peso

Outros eventuais efeitos colaterais: calores, irritabilidade e ganho de peso. Além disso, casos de hipertensão, diabetes, obesidade e trombose exigem uma maior cautela.

As injeções trimestrais de derivados da progesterona, por exemplo, estão mais associadas a casos de aumento de peso. A fertilidade também é influenciada, só que, por todos os tipos de produtos à venda. A gravidez, por esse motivo, é possível somente depois de dois a quatro meses após o remédio não ser mais ingerido. Mas pessoas com endometriose têm mais facilidade para engravidar fazendo o bloqueio da menstruação.

A interrupção requer uma reflexão. Essa deveria ser uma opção somente nos casos em que a paciente esteja sendo prejudicada ou quando tem endometriose, hemorragia ou cólicas fortes.

Mas, querer parar de menstruar é um direito, uma mudança de estilo de vida, mas é fato que o uso das substâncias depende de critério. Se bem prescritas, não causam mal para o organismo. O método tem a desvantagem de, em algumas situações, dificultar diagnósticos, uma vez que a ausência de sangramento, em pessoas que não estão se medicando, é indicativo de que algo não vai bem por conta do estresse, da presença de tumores e da ocorrência da Síndrome de Ovários Policísticos, entre outras alterações. Por outro lado, os sintomas de determinadas doenças aparecem quando menstruamos. Quando isso não é recorrente, aumentam as chances de descobrir enfermidades.

Alimentação e outros cuidados

Como não há unanimidade sobre esse tema, existem algumas soluções práticas para que você possa amenizar os efeitos da menstruação, independentemente da sua decisão.

O cuidado redobrado com a alimentação é essencial. Diminuir a cafeína, o álcool e o sal, aumentando a ingestão de linhaça, de ômega 3 e de soja, por exemplo, reduz a ansiedade. Já o gergelim, o óleo de prímula e os suplementos de vitamina B, D e E, ajudam a reduzir o inchaço do corpo, enquanto peixes, frutas e hortaliças e leite e derivados reduzem as dores das cólicas. E não se esqueça: praticar exercícios físicos com regularidade ajuda controlar os impulsos, aumentam o bem-estar e fortalecem a sua saúde.

Fonte: portalvital.com