O Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, participou de um estudo multicêntrico internacional que utilizou o medicamento antiviral oral molnupiravir em pacientes acometidos pela covid-19. Os primeiros resultados da fase 3, mostram que o insumo reduziu em aproximadamente 50% o risco de hospitalização ou morte em decorrência do novo coronavírus. Os resultados são animadores, uma vez que a pesquisa não registrou nenhuma morte até o 29º dia de monitoramento, em pacientes que receberam o medicamento.

Conforme o estudo, 7,3% dos pacientes que receberam o molnupiravir foram hospitalizados ou morreram após o 29º dia de monitoramento. O número fica abaixo dos 14,1% dos pacientes tratados com placebo e que não resistiram às complicações da doença.

Agora, a Merck Sharp & Dohme (MSD), responsável pela produção do medicamento deve encaminhar um pedido de Autorização de Uso de Emergência ao Food and Drug Administration (FDA), que é semelhante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aqui no Brasil, com base nessas descobertas e planeja enviar pedidos a outros órgãos reguladores em todo o mundo. No Brasil, a MSD está em negociações avançadas com órgãos técnicos governamentais competentes para colaboração tecnológica com o objetivo de definir a melhor forma de acesso à população – ainda dependendo de aprovação regulatória. A submissão à Anvisa será solicitada em breve.

Conforme a investigadora principal do estudo no Hospital Tacchini, a infectologista Nicole Golin, os resultados positivos do estudo animaram as equipes, uma vez que a batalha contra a covid-19 segue na instituição. “Estamos muito felizes e orgulhosos por termos participado desse estudo, contribuindo ativamente na busca de um tratamento eficaz no combate à COVID-19, seguindo com nosso propósito de contribuir com o avanço no combate à pandemia e colocando definitivamente o Tacchini no patamar dos grandes centros de pesquisa do país”, disse.

Resultados da análise

Fizeram parte do estudo mundial, pacientes que apresentassem covid-19 leve a moderado confirmado em laboratório, com início dos sintomas até cinco dias da randomização, ter mais de 18 anos de idade e pelo menos um fator de risco para evolução desfavorável da covid-19 como, por exemplo, obesidade, diabetes, qualquer doença cardíaca grave – ou ter mais de 60 anos.

Conforme o resultado, o Molnupiravir reduziu o risco de hospitalização ou morte em todos os subgrupos principais, demonstrando eficácia contra as variantes virais Gama, Delta e Mu.

Foto: Alexandre Brusa