A dor mamária ou mastalgia é uma causa frequente de consulta ao Mastologista, interferindo na qualidade de vida e no cotidiano da mulher. Acarreta angústia e ansiedade, já que frequentemente é associada de forma equivocada ao câncer de mama.

Dados na literatura mostram que 65 a 70% das mulheres apresentaram um episódio de dor mamária em algum momento da vida, iniciando principalmente com o início da menstruação. Os fatores desencadeantes não são bem estabelecidos, mas aparentemente apresenta influência marcante da flutuação hormonal habitual ocorrida durante o período do menacme, ou seja, período em a mulher apresenta ciclos menstruais e diminui consideravelmente após a menopausa.

Apesar de associação frequente pelas pacientes, o câncer de mama está pouco associado à dor mamária, em menos de 2% das vezes. A dor mamária pode estar associada ao uso de medicamentos, principalmente a terapia de reposição hormonal e anticoncepcionais hormonais, bem como um trauma mamário e mastite. Pode estar associada a causas não mamárias como dores osteomusculares, além de causas cardíaca, pulmonar e gástrica .
A dor mamária geralmente é um processo benigno e autolimitado, necessitando uma avaliação clínica detalhada, seu principal tratamento é a orientação verbal sobre seu caráter autolimitado e sobre a ausência de relação com o câncer de mama, resolvendo o problema em 90% das mulheres. Além do uso de anti-inflamatórios na fase aguda, mudanças comportamentais também influenciam de forma benéfica como o uso de sutiã esportivo, compressas frias, dieta livre de gorduras e exercícios físicos. Já o tratamento farmacológico preferencial nos casos excepcionais refratários consiste de um bloqueio hormonal principalmente com o uso de tamoxifeno na dose de 10 mg/dia.

Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil
Médico Mastologista
CREMERS-36430
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