Por circunstâncias sociais, culturais e econômicas, aprendemos e acreditamos que para ter algo e ser alguém na vida precisamos passar por muito sofrimento. O caminho de um empresário bem sucedido deve necessariamente ser muito penoso. Deve ser sempre difícil passar por um término de relacionamento e um ‘karma’ ter que acordar cedo para trabalhar.


Aprendemos a recomeçar muitas vezes, passamos por altos e baixos, sofremos amores platônicos e entendemos que UM dia vai ser bom, mas DOIS já é demais. Contraditório, porque apesar de querer, não aceitamos quando está tudo bem, e já se pensa: “tem algo
de errado aí”.


O ser humano gosta de uma adrenalina, tem pós em dramaturgia e um senso estranho de merecimento.


Sempre achamos que Deus só ajuda quem cedo madruga e os que acordam mais tarde, já nem tanto. Porque colocamos tantos limitantes? Já imaginou que isso pode inconscientemente dificultar coisas que seriam muito mais simples?


Desconstruir esse paradigma é a chave. Quem não sente pena da pessoa que se priva de comer doces e frituras e vai para a academia todos os dias? Ou de alguém que não está saindo com a galera (finge que não existe Covid-19) porque está juntando dinheiro para fazer uma viagem. Como eles sofrem! Se privam! ‘Oh céus, oh vida’. Mal o povo sabe que decidiram fazer isso por algo maior, e estão ‘muito bem, obrigado’. É preciso atentar que nem todas as pessoas sentem prazer com suas escolhas, e sofrem por dois motivos: mudança drástica e falta de propósito. Uma mudança que restringe drasticamente hábitos cultivados há anos é pouco eficiente. E quando o propósito existe, o caminho não é doloroso, você sente prazer em caminhar, porque sabe para onde está indo e porquê.


É estranho aceitarmos uma realidade melhor porque estamos mais acostumados a reclamar de tudo e fica mais fácil desistir. Se eu não luto, eu não perco. É mais fácil colocar a culpa na economia ou no jeito que seus pais o criaram. É mais fácil sentir pena de si mesmo e esperar o mesmo dos outros, aos invés de vestir-se de autorresponsabilidade.


Sentimos pena de quem trabalha aos finais de semana porque deve ser uma tortura. Vai ser mesmo se você quiser. Tudo é assim na vida e não tem nenhuma novidade nisso. Aceitar que para atingir seus objetivos, não precisa traçar o mesmo caminho que o outro e que você pode curtir o trajeto ouvindo uma boa música, é a alma do negócio. Quando digo que as coisas podem não ser difíceis, é porque nem sempre será um mar de rosas, mas você decide se vai ser com espinhos ou sem.