A vida dos colonos italianos foi muito sofrida. Isolados do mundo precisavam produzir tudo que era necessário.
As primeiras atividades não foram de plantio, mas de limpeza do mato, construções das casas e abertura dos caminhos. Só depois começaram as lavouras, geralmente pelo milho. De fácil cultivo e rápida colheita, ele fornecia o principal alimento – a polenta – e a palha que era a alimentação para os animais e enchimento para os colchões. O trigo, cujo plantio e colheita intercalava-se com o milho, vinha na sequência para garantir o pão e a massa. A palha do trigo servia para fazer longos metros de dressa (trança), utilizada na confecção de chapéus e cestos.
A colheita era motivo, para festas entre as famílias que se auxiliavam. Em todo o lote, eram plantadas árvores frutíferas. As frutas também os doces, compotas e passas. Além do boi e da vaca, galinhas e porcos. Em poucos anos: vinho, grapa, salame, presunto, banha, queijo e outros derivados.

As mudas de videira trazidas da Itália não sobreviveram. Os alemães, que já haviam passado por experiência semelhante, com espécies trazidas do Reno, é que forneceram as mudas de uva Isabel, de procedência norte-americana, muito bem adaptadas na região. A produção de vinho artesanal logo se expandiu e em pouco tempo começou a ter mercado fora da colônia, tornando-se a principal fonte de renda e dando origem às primeiras cantinas. Foi a venda do vinho que forneceu os primeiros capitais (lucros) a serem investidos nas pequenas oficinas que mais tarde se tornaram indústrias.

A extração de madeira foi outra fonte importante de renda desde os primeiros momentos. A quantidade e a variedade de espécies facilitou o desenvolvimento de madeireiras, embriões da indústria moveleira da região. O pinheiro (araucária) era abundante em toda região serrana e foi largamente usado pelos colonizadores na construção de moradias, móveis, carroças e implementos de trabalho. Outras espécies nativas, como o cedro, o ipê, o angico e a Cabreúva, foram largamente utilizadas.

Nos primeiros anos, o prato principal de qualquer mesa da região era a polenta (preparada com farinha de milho moído e cozida com água), quando era consumida ainda quente e cremosa.

Registos desses primeiros tempos de carência alimentar a passarinhada, hoje proibida na região, mas ainda apreciada pelos colonos, este gosto particular é explicado de duas maneiras: a abundância de aves encontradas na região e a necessidade de buscar ainda na natureza os primeiros alimentos levou os colonizadores a caçarem os pássaros. Também se justifica o hábito como forma de proteção à lavoura, devorada por bandos de aves que deveriam ser exterminadas.