A estimativa é que haja mais de 13 milhões de brasileiros convivendo com a doença no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes

Hoje, 14 de novembro, é o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, uma doença crônica na qual, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB), o corpo não gera insulina ou não consegue empregar adequadamente a que produz. A estimativa é que haja mais de 13 milhões de brasileiros convivendo com a doença, o que representa cerca de 6,9% da população do país.

Na Capital do Vinho, segundo a Secretaria da Saúde, cerca de 9.135 pessoas são portadoras de diabetes. O número corresponde a 7,5% da população total.

Segundo o endocrinologista Alexandre Pasquali Paggi, do Hospital Tacchini, diabetes é um problema muito antigo. “É uma doença conhecida desde antes de Cristo. A palavra diabetes significa fonte e foi utilizada pois as pessoas apresentavam aumento da quantidade de urina em decorrência da elevação da glicose no sangue. Como na ocasião não existia a dosagem no sangue, a observação de que havia um aumento do volume urinário fez com que se desse o nome de ‘fonte’ para doença”, explica.

Paggi afirma que as descrições antigas também incluíam o termo melito, que vem de mel. “Naquela época, quando se tinha uma pessoa que urinava muito, se fizesse um teste provando a urina, por ser doce, se dava o nome de diabetes mellitus ou melito”, conta.

Tipos de diabetes

A SDB explica que, no Tipo 1, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Por isso, há falta da insulina liberada para o corpo. Essas características costumam ocorrer na infância e adolescência e concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença. “Ocorre uma falência do pâncreas e uma ausência total da produção de insulina”, saliente o médico.

O Tipo 2 acomete cerca de 90% das pessoas e aparece quando o corpo não consegue usar a insulina que produz adequadamente ou não há produção o suficiente para o controle da glicemia. “Esse aumento da glicose é a forma mais comum de diabetes e ocorre especialmente nos adultos entre 40 e 45 anos”, relata Paggi.

O endocrinologista afirma que existem alguns outros tipos mais raros da doença. “São associados ao uso de alguns medicamentos e o que acontece na gravidez, chamado diabetes gestacional”, ressalta.

O que é insulina?

A SDB afirma que a insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa dele para utilizar a glicose, que é obtidapor meio dos alimentos, como fonte de energia.

Quando a pessoa tem diabetes o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose de maneira adequada. O nível de glicose no sangue fica alto, causando a hiperglicemia.

Paggi ponta que 2020 é um ano muito importante para os estudiosos e para os médicos que atuam no tratamento do diabetes. “Nós comemoramos os 100 anos da extração prática da insulina, que permitiu o tratamento e a manutenção da vida dos pacientes que são dependentes de insulina, os diabéticos Tipo 1. Se olharmos um século atrás, a mortalidade das crianças quando faziam diagnóstico do diabetes era de 100%, pois não havia o tratamento”, frisa.

Hábitos saudáveis são forma de prevenção

De acordo com o endocrinologista, a glicose elevada na circulação sanguínea é prejudicial às artérias que irrigam todos os órgãos. Além disso, a insuficiência renal causada pelo diabetes e a amputação de membros inferiores fazem parte dos casos mais graves do diabetes. “Os problemas que advém do mal controle desta doença são decorrentes de lesão nos pequenos vasos e nas pequenas artérias que nutrem alguns órgãos e que são essenciais para nossa vida, como o coração, os rins e também aqueles que necessitam de uma circulação muito fina como as extremidades das pernas, pés e os olhos”, afirma.

Formas de prevenção

A prevenção, segundo Paggi, se faz por meio da manutenção de hábitos saudáveis de vida. “Uma dieta com poucos alimentos industrializados, pobre em carboidratos (farinhas e açúcares) e com manutenção de atividade física regular que permita que as pessoas fiquem dentro de um peso adequado. A obesidade e o sedentarismo são os principais fatores de risco para o desencadeamento do diabetes naquelas pessoas que já tem uma predisposição genética para a doença”, aponta.