A pesquisa considerou a taxa de mortalidade do vírus em pessoas não vacinadas, em comparativo com as que receberam doses dos imunizantes. Em Bento Gonçalves, cerca de 5 mil idosos não receberam doses de reforço

O governo do Estado estima que 4,2 mil vidas de idosos foram poupadas por conta da vacinação contra a covid-19. O dado foi apresentado em reunião do Gabinete de Crise nesta quarta-feira, 27. O estudo levou em consideração a taxa de mortalidade do vírus em pessoas que não se imunizaram, em comparativo com aquelas que completaram o esquema primário de imunização e o reforço de doses. Em todas as idades, a mortalidade era maior entre os não vacinados.   

Ao todo, três faixas etárias foram analisadas: de 12 a 39 anos; 40 a 59 anos; 60 anos ou mais. Dentre todas elas, a dos idosos foi a que apresentou o maior número potencial de vidas preservadas, por conta das vacinas. Segundo os dados, a razão de risco para óbito é 7,7 vezes maior para não vacinados em comparação com aqueles que receberam dose de reforço. A partir dos números, é que o governo estipulou a quantidade de pessoas que tiveram vidas poupadas.

Créditos: SIPNI e SIVEP-GRIPE

Situação dos idosos em Bento Gonçalves

No município de Bento Gonçalves, a taxa de doses aplicadas está em 83,7%, segundo painel da covid-19, pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Portanto, dos 121.803 habitantes vacináveis, 100.856 já receberam, ao menos, a 1ª dose. Já na aplicação seguinte, a 2ª dose, o número reduz para 85.734 vacinados. Para a dose de reforço, as estatísticas de imunizados caem em mais 50%, chegando em 46.159.

Ainda em Bento, é possível averiguar com os dados da SES, que 5.349 idosos, de 60 anos ou mais, não buscaram fazer a dose de reforço. Mais de 20 mil estavam aptos a receber esse complemente na imunização, mas somente 14.780 foram buscar unidades de saúde.

Créditos: SES/RS

Segundo o estudo do governo, os idosos dessa faixa etária, que apenas completaram o esquema vacinal primário, possuem uma taxa de óbito de apenas 4,4 vezes abaixo dos não vacinados, sendo que quem adquiriu a última dose tem 7,7 chances a mais de não morrer. A aplicação atualizada dos imunizantes aumenta em 3,3 vezes a chance de os idosos sobreviverem ao vírus.

Sem avisos ou alertas

Além da pesquisa mostrada pelo Gabinete de Crise, o governo também definiu, durante a reunião de quarta, que não anunciaria avisos ou alertas para as 21 regiões do Sistema 3As de monitoramento da doença. Segundo o poder público, os números são estáveis no Estado, neste momento.

Apesar disso, o governo demonstrou preocupação com a taxa de ocupação de UTIs hospitalares e o risco de subvariantes da covid. As internações, ainda de acordo com o Estado, são comumente verificadas a níveis elevados nesta época do ano, por conta do inverno.