“Já podeis, da Pátria filhos, ver contente a Mãe gentil, já raiou a liberdade, no horizonte do Brasil, já raiou a liberdade, já raiou a liberdade, no horizonte do Brasil…”

Acima, temos a primeira estrofe do Hino da Independência do Brasil. À a minha época, não era muito demandado nas inesquecíveis sessões cívicas, embora circulasse uma paródia que era cantada à boca pequena, pois, se descoberto o ato, estar-se-ia sujeito à pena de assinar o livro da capa preta e receber aquele bilhetinho para o comparecimento dos pais à direção da escola.
Transcorridos 201 anos daquele longínquo e fatídico 07 de setembro às margens do Rio Ipiranga, o grito de independência de D. Pedro I parece não ter sido forte o suficiente para ser ouvido naquilo que nos aprisiona ainda hoje.

Seguimos acorrentados à velha política, pois sempre haverá um cargo pendente para um incompetente – se não houver, se cria. O “importante” é deixar a banda podre tocar, à custa de pesadas nota$, pois, entre eles, sempre haverá um arranjo, um con$erto, até porque… quem marcha a passos trôpegos são os outros…o povo!

Seguimos acorrentados a certas pautas que, da forma que apresentadas, nos apequenam perante o mundo, cujas soluções mágicas alardeadas enchem disputados plenários (ONU, OEA…), são arrebatadas por efusivas palmas, inflam ainda mais egos obesos e bolorentos, arrecadam fortunas como penitência alheia e, assim, seguem há anos servindo a poucos que ganham muito, porquanto enganam a todos.
Seguimos acorrentados a ideologias, partidos, “mitos” e “salvadores da pátria”; são eles os signatários do atual “Tratado de Tordesilhas” que divide brasileiros por sexo, cor, raça, religião e condição social.
E, quem diria, seguimos ainda acorrentados à mais alta carga tributária do mundo e, embora o sacrífico pátrio de Tiradentes não tenha sido em vão, pois seus ideais nos conduziram à Independência, tais tributos retroalimentam um sistema caríssimo, cujo custo-benefício é desproporcional à nação.

Trata-se de mecanismo conhecido e propagado nas vozes do alto poder em favor, como sempre, dos mais pobres, e que, de certa forma, compra a manutenção da pobreza pela perpetuação do sistema, uma troca no mínimo injusta quanto degradante frente à capacidade do ser humano.
“Brava gente brasileira, longe vá, temor servil”, não nos abalemos, continuemos a bradar nosso hino e figurar como a grande promessa, gigante que somos pela própria natureza.

A propósito, peço escusas e me penalizo pela inabilidade com as palavras e falta de sensibilidade histórica, porém, perdoe-me, D. Pedro I, seu grito pela independência não poderia ter sido mais forte e a ti nossa eterna gratidão.

Ao contrário, seu grito de INDEPENDÊNCIA, ainda que abafado por vozes que tentam distorcer os verdadeiros valores de nosso povo, seguirá fazendo eco no Brasil e mundo afora.
É fato, muitos, brasileiros ou não, perdoem-me, se passam inescrupulosamente por surdos; outros tantos esganam a liberdade e Constituição em golpes não mais de espada, mas esta ainda respira nas vozes daqueles que acreditam piamente que ordem e progresso sempre será a nossa bandeira!