O setor varejista de Bento Gonçalves começa o ano com uma notícia que anima o meio: a dívida dos consumidores com o comércio local apresentou retração de 6,7% em 2019, quando em comparação com o ano anterior. Os dados foram divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BG) na quinta-feira, 23.

O balanço da entidade revela que o acumulado da inadimplência dos bento-gonçalvenses ainda é alto: passa dos R$14,1 milhões. Entretanto, o retrocesso é de mais de R$1 milhão se comparado com 2018, quando os valores devidos eram superiores a R$15,1 milhões.

De acordo com o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone, o recuo na inadimplência demonstra um momento de maior estabilidade do trabalhador, que consegue planejar o orçamento e consequentemente, evitar dívidas. “A inadimplência não se dá pela vontade do consumidor, mas pela escassez de recursos para quitar os débitos. A orientação é que, quando houver a estabilidade financeira, o primeiro passo seja procurar os credores para quitar as dívidas. Por isso que os dados do último ano nos deixam esperançosos para um cenário de retomada econômica”, afirma.

Dívidas

Outra notícia positiva é que a quantidade de devedores cadastrados no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) também diminuiu. Entretanto, cresceu a parcela de pessoas jurídicas nessa lista. Em comparação com os últimos anos, o aumento foi de quase 4%. O levantamento leva em conta contribuintes em débito também com a Prefeitura.

O balanço revela ainda que a maioria dos inadimplentes deve entre R$100 a R$250, representando 31,4% do total, percentual superior ao ano de 2018 quando quase 34% dos indivíduos tinha dívidas desse valor médio.

O índice de pessoas com dívidas de até R$500 cresceu, passando 19,4% em 2018 para 25,6% em 2019.  Porém, diminuiu em 3% o número de pessoas que devia acima do valor citado.

Perfil

De acordo com o relatório, o público feminino continua liderando a lista, inclusive, com aumento nos percentuais. Em 2018 as mulheres representavam 67,1% na quantidade de registros. Já em 2019 o número saltou para 68,5%.

Em relação à faixa etária dos devedores, nos dois últimos anos as pessoas de 30 a 39 anos foram as que mais se endividaram, representando um total de 24,9%. A faixa dos 40 aos 49 anos não fica longe: são 24,6% do montante.