A fumaça que sai do navio passa pelos olhos de um homeme que traz dentro de si a esperança de encontrar condições melhores de vida. Esse imigrante, que deixou sua velha Itália decadente por causa da falência do sistema feudal, tra um sonho chamado América.

Lá na Itália, as terras estavam esgotadas, tinha a luta contra a fome e o dinheiro estava precário. Então, as famílias vediam tudo o que tinham para ter condições de viajar e colonizar novas terras. Na Província do Rio Grande do Sul, em 1870, um agrimensor chamado José Maria da Fontoura Palmeiro foi inculbido de fazer estudos e a medição dos terrenos para novos imigrantes. Palmeiro vivia, literalmente, num barracão; ele se instalou ali por ter acesso a fontes naturais como o arroio e a mata. O Barracão, hoje bairro Barracão tornou-se o segundo ligar de civilização não indígena da região de Bento Gonçalves.

Ao chegarem no Brasil, grande parte dos imigrantes ficaram para trabalhar no setor cafeeiro, em São Paulo e a outra parte veio para o Rio Grande do Sul. A primeira dificuldade que encontraram por aqui foi um lugar de difícil acesso. Tiveram que abrir trilhas, depois estradas e improvisar suas casas. Os imigrantes tiveram que fazer ferramentas para trabalhar sua agricultura, arados para trabalhar a terra, além do moinho e ferrarias; tudo que fosse útil para o trabalho e para a sobrevivência no campo, deixando um legado histórico escrito com as próprias mãos.

Com o projeto Associação Caminhos de Pedra, o engenheiro Tarcísio V. Michelon e o arquiteto Júlio Posenato, possibilitaram que esta história não se perdesse. Com recursos do Hotel Dall’Onder foram estudadas as características arquitetônicas, bem como o resgate cultural, da língua, o folclore, o artesanato e a gastronomia.

A primeira banda dos Caminhos de Pedra foi formada em 1913 e foi chamada de Sociedade Musical Humberto I (Primeiro). Geralmente, o grupo tocava em festas religiosas, cívicas e bailes aos domingos à tarde. É interessante notar que ao lado do trabalho duro e cansativo, os imigrantes se preocupavam com o lazer: a música.

É um museu vivo, cheio de alegria, prazer e emoção, que movimenta um grande número de turistas o ano inteiro, isto é, em todas as estações.