Ao conhecer a vida dos neozelandeses, suas escolas, paisagens, costumes e vida social, Celso Fortes observa a grande diferença do país localizado na Oceania com o Brasil

A Nova Zelândia, país no sudoeste do Oceano Pacífico, é formada por duas ilhas principais, ambas marcadas por vulcões e glaciações. A cultura por lá é única, tendo uma mistura perfeita entre o respeito às tradições de povos maoris, europeus e asiáticos, além de um excelente desenvolvimento econômico. Cerca de 10.000 brasileiros estudam e trabalham lá.

O maestro Celso Fortes viajou para o país, com propósito de visitar a filha Karina, que reside no local há diversos anos, e a neta recém nascida, Lara. Além disso, aproveitou para conhecer a vida dos neozelandeses, suas escolas, paisagens, costumes e vida social. Com isso, observou e analisou as diferenças em relação ao Brasil.

Segundo ele, a educação possui muitas distinções. “As escolas têm aulas das 9h às 15h, com férias de 15 dias a cada trimestre. São 13 anos de escolaridade a partir de um ano de vida, mais cinco de ensino médio. Também fornecem opções para os estudantes cantarem em coros, tocarem em orquestras e praticarem esportes, representando a mesma em competições e festivais”, lista. Quando iniciam na universidade, adolescentes saem de casa aos 16 anos para morarem em repúblicas.

Ao observar os costumes da região, Fortes destaca algumas situações. “As pessoas andam na rua como desejarem sem preconceitos ou exorbitâncias. Várias vezes vi moradores descalços e de pijama nos shoppings. Utilizam chips em cães e pessoas para não se perderem; não bebem álcool na rua, nem na praia, somente em casa e bares; o uso de gás de cozinha é inexistente, substituído por fogão por indução; carros com pequenos danos são abandonados nas ruas e o antigo dono compra outro; automóveis não são guardados em garagens, ficam na rua e peça é utilizada para depósitos, salas ou quartos; a pia tritura o material orgânico que é canalizado para um campo orgânico”, menciona.

A infraestrutura também é moderna e serve de exemplo para outros países. “Há patinetes elétricos nas esquinas para o povo utilizar, com GPS; a água quente das torneiras vem de gêiseres, espécie de fonte termal que, periodicamente, tem erupções; nas lojas e supermercados, clientes retiram mercadorias das prateleiras, passam em uma máquina, pagam apontando o seu relógio e levam os itens no carrinho do local até sua residência; não tem lixeiros, todos os moradores possuem um grande recipiente para conter resíduos que são recolhidos por um caminhão com braços que pegam esses pequenos contêineres em miniatura; em placas de carros, o cliente pode colocar seu nome, por exemplo, se eu morasse lá e tivesse um automóvel, nomearia ‘celso2023’; o salário mínimo é de U$4.000. Uma faxineira ganha cerca de R$5,5 mil por mês, professores U$160 mil anuais”, conta.

A segurança é excelente, garantindo melhor qualidade de vida aos residentes e turistas da Nova Zelândia. “Como acontecem ciclones, enchentes, erupções de vulcão e pequenos terremotos diários nas ilhas, um alerta sempre é dado com antecedência pelo primeiro ministro. Quando alguém cai de bicicleta, por exemplo, uma ambulância, bombeiros, polícia, entre outros auxílios, chegam rapidamente. Ao fritar algum alimento e sair fumaça, o alarme de incêndio soa e comunicação com o Corpo de Bombeiros é quase imediata”, explica.

A cultura, aspecto mais valorizado pelo maestro, garante um espaço de destaque para os neozelandeses e no coração de Fortes. “Os maoris são respeitados e seguem as tradições como se fossem os índios no Brasil. Teatros sempre estão cheios de pessoas que comparecem para assistir coros, orquestras e convidados como Elton John e Ed Sheeran.”, ressalta.

Rotorua, pequena cidade com gêiseres e caminho para a fazenda onde foi gravado a trilogia de filmes Senhor dos Anéis, é um dos pontos turísticos do país e local que Fortes ficou feliz em conhecer. “Me emocionei em ver aquilo porque os Canarinhos de Bento Gonçalves cantaram a trilha do filme no Cine Concert, em Porto Alegre, com orquestra e um maestro coreano. Ao entrar na casa do personagem Bilbo, pude escutar a música de Howard Shore”, recorda.

A gastronomia da Nova Zelândia vem, principalmente, da cultura a maori, dos polinésios que ocuparam as ilhas antes da chegada de outros colonizadores, e a moderna, que começou com a introdução das técnicas e produtos de origem inglesa, e que se diversificou com a chegada de novos imigrantes, principalmente do sul da Ásia. “A culinária é repleta de cogumelos, frutos do mar, saladas, arroz asiático, entre outros pratos. Em vários restaurantes, os clientes são atendidos por robôs, que trazem a comida cantando”, conclui