A expectativa de vida da população mundial está aumentando gradativamente. A prevenção, os cuidados com a saúde, com a estética e com a qualidade de vida na melhor idade vêm contribuindo para que isso ocorra.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1960 até hoje a expectativa aumentou 17 anos. O Ministério da Saúde registra 18 milhões de pessoas no Brasil, sendo que a cada ano 650 mil ultrapassam os 60 anos no país.

O que se vê é que o mundo não está preparado para isso. As demandas na área da saúde e da infraestrutura de nossas cidades mudam com o passar dos anos e, quanto mais idoso for o cidadão, diferentes serão as condições que deveremos apresentar para o bem-estar e a acessibilidade destas pessoas.

Populações mais maduras apresentam doenças típicas da faixa etária para as quais o poder público ainda não está preparado. É praticamente inevitável, por exemplo, o aumento no número de casos de câncer, pois quanto maior o tempo de vida, maior é o tempo de exposição a fatores de risco.

Embora os investimentos em prevenção sejam considerados altos pelos nossos governantes, os custos futuros poderão ser insustentáveis para o poder público, uma vez que, quanto mais cedo um problema de saúde for diagnosticado, menores são os custos para os cofres públicos e melhor será para o paciente. É um desafio que, definitivamente, estamos distantes de conseguir enfrentar.

É importante destacar também que o envelhecimento da população não é um problema, e sim uma conquista da sociedade, uma vez que ele se dá devido à qualidade de vida. Envelhecer não significa ficar doente. Afinal, quanto mais acesso à informação, quanto maior a escolaridade uma pessoa tem, maior é a possibilidade de que ela cuide de sua saúde.

A expectativa, na realidade, é que daqui a 10 anos, a população com mais de 60 anos tenha mais qualidade de vida do que hoje. Afinal, estamos oferecendo prevenção – não o suficiente ainda, mas estamos – realizamos com frequência campanhas educativas focadas em alimentação saudável, prática de exercícios, restrição de consumo de bebidas alcoólicas e fumo e, temos a certeza de que elas estão surtindo algum efeito.

Apesar de dados do Ministério da Saúde apontarem uma redução no número de internações de idosos decorrentes a problemas cardiovasculares e respiratórios, houve um aumento de internações causadas por fraturas decorrentes de quedas.

Este é mais um motivo pelo qual creio que não estejamos preparados em termos de infraestrutura. Os passeios públicos e as casas não estão sendo projetadas pensando no nosso futuro.

Vamos começar a observar melhor essas questões, uma vez que os maiores prejudicados seremos nós, independente se a curto, médio ou longo prazo.