É cultural e tradicional dar ovos de presente de Páscoa. O hábito é antigo e surgiu antes de Cristo, na Europa, onde as pessoas trocavam ovos no Equinócio de 21 de março para celebrar o fim do inverno e início da primavera (no Brasil, fim do verão e início do outono). E foi quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, que a troca deste objeto simbólico começou a fazer parte da Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo. Naquela época, as pessoas trocavam ovos de galinha decorados. A tradição dos de chocolate começou na França e, a partir do século XIX, os doces tomaram conta da comemoração. Mas o coelho que é famoso por trazer fartas cestas, esse ano não foi tão generoso assim. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que divulgou o balanço das vendas do setor na manhã do domingo, 27, a comercialização de ovos de chocolate caiu 14% em relação à Páscoa do ano passado, em volume físico.

Compras para última hora

Como de costume o brasileiro deixou as compras para última hora, mas dessa vez teve uma boa explicação. Conforme informado pela Agas, os consumidores já haviam sidos informados que nos últimos dias os supermercados e lojas especializadas realizariam promoções especiais. Desde descontos de 20% até oferta de “leve 2, pague 1” fez com que 40% dos clientes comprassem no sábado, 26. Outros fregueses surpreenderam a gerente da SP Embalagens, Cleonice Matielo, pois quiseram aproveitar o preço dos produtos para fabricação em casa. “Tivemos queda de 80% nas vendas desse ano nos ovos industrializados. Em compensação, um aumento de quase 80% também na venda de mercadorias para produção artesanal. Nossos clientes compravam uma barra de chocolate de 1kg e com ela conseguiam fazer seis ovos de 250g e ainda conseguiam rechear com algum outro ingrediente”, afirma.
Este ano, segundo a Agas, o comércio teve uma surpresa negativa. Uma queda de 5% nas vendas de caixas de bombons, que durante as outras páscoas era a aposta. Mas não somente as caixas de bombons que ficaram nas prateleiras, as cestas, as colombas pascais e os ovos de colher não foram bem aceitos pelo público. Para Cleonice, o maior problema é a crise em que o País está instaurado. “Foi devido ao aumento dos preços que nossos clientes optaram por outras alternativas. O que não vendíamos muito, este ano foi o carro chefe pra quem não queria fazer chocolate artesanal, que eram os ovinhos/coelhinhos de 70g. Esses eram mais em conta, e as professoras das escolas que não tinham condições de pagar muito caro, optaram por esses para presentear as crianças”, salienta.

Para repensar as estratégias de vendas

Na Ortafrutti, a opção da empresa foi não trabalhar com muitos ovos de páscoa. Mas, segundo o sócio proprietário Edson Felix, eles sentiram a queda nas vendas. “Em Bento a gente não comprou muitos produtos para essa data festiva, e mesmo assim notamos as dificuldades e chegamos conclusão que precisaremos mudar algumas estratégias. O restante das mercadorias que ficarem aqui, vamos fazer promoções do tipo, o cliente que comprar acima de um determinado valor, ganha o ovo de brinde”, acrescenta.

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