Eles não saem do computador? Não largam o telefone celular? A era digital está mudando os estilos de vida de crianças e adolescentes. Será que eles sabem realmente o prazer de folhear um livro novo? Ou de poder compartilhar histórias e pensamentos dentro de algumas páginas de papel? O mundo virtual vai, progressivamente, confundindo os seus limites com o mundo real no cotidiano de crianças e adolescentes. A internet, o telefone celular e muitos novos equipamentos de tecnologia da informação vão transformando os comportamentos e as formas com que as famílias se relacionam.
Há pouco tempo o jeito de fazer pesquisa nas escolas mudou. Se há cerca de cinco anos os estudantes se reuniam para ir até uma biblioteca, agora eles dão, muita, prioridade para a internet. Com isso, perdeu-se o hábito de ter em mãos um livro e de fazer dele um companheiro. A psicopedagoga Márcia Anita Marini, comenta que quando uma pessoa experimenta a leitura, ela executa um ato de compreender o mundo. Mas, ao mesmo tempo, ela lamenta, pois pouquíssimos jovens ainda têm a prática de uma leitura estimulante e prazerosa. “Por outro lado temos a tecnologia (internet) onde os meios de comunicação são rápidos e práticos, ou seja, a informação está aí… Mas de que forma os jovens estão se utilizando de tanta informação?”, questiona Márcia.
A psicopedagoga garante que muitos educadores vêm percebendo o crescimento de crianças diagnosticadas com TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) no qual se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. “Muitos pesquisadores vêm estudando se há alguma ligação entre este transtorno e a dependência da internet. Há ainda estudos que nos mostram outro lado: o de que a internet, por meio dos jogos, pode auxiliar a atenção, as habilidades viso espaciais e a memoria de trabalho”, salienta Márcia.
A psicopedagoga defende que torna-se importante o papel da família e da escola em estimular as crianças a ter contato com muitos tipos de livros e buscar estratégias diferenciadas de trabalhar com elas para que com o passar do tempo não deixem morrer o encantamento e o prazer que descobrem no início de suas vidas acadêmicas.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 13 de agosto de 2016.