Os bento-gonçalvenses podem começar a ficar mais aliviados, afinal a cesta básica de setembro registrou queda no valor de seis produtos, sendo que um deles, o leite, um dos mais importantes para alimentação humana, baixou 34%. O fator que levou a essa queda foi a sazonalidade que provocou uma recuperação das pastagens que na primeira metade do ano sofreram por razões climáticas, segundo informado pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS).
Depois de atingir sua marca histórica em julho, o Conseleite indica que o leite longa vida tem um valor projetado para os próximos meses de R$ 1,23 por litro, o que significa 6,15% abaixo do consolidado no meio do ano. A grande queda na produção no segundo trimestre, período que normalmente já é de entressafra, foi demonstrada em números pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre abril e junho, a quantidade de leite cru captada no Estado foi de 708,2 milhões de litros, 13% inferior a igual intervalo do ano passado e o menor volume para o período desde 2011.
Os dados do Sindilat-RS indicam que, no terceiro trimestre, a média de captação das indústrias está em aproximadamente 14 milhões de litros por dia, cerca de 5% acima do verificado entre julho e setembro de 2015.
E os consumidores sentiram a queda do valor, pois nos supermercados alguns bento-gonçalvenses estão aproveitando para levar para a casa mais de 24 unidades, quando há promoções nos supermercados.
A aposentada Roseli Signori se diz aliviada por poder ir fazer compras e saber que não precisará deixar quase todo o salário em alimentos. “Precisamos comer, disso não dá para fugir. A alimentação é fundamental e a inflação se vale disso, pois nunca deixaremos de vir fazer o rancho mensal. Agora, estou mais tranquila pois pelo menos o leite e mais alguns outros itens baixaram de valor”, comenta.
Roseli ainda dá a dica dizendo que “é quando tem promoção que as pessoas precisam vir comprar, não podemos deixar passar os bons preços, o dinheiro é sagrado e fazer contas e ter a listinha junto são fundamentais”, finaliza a aposentada.
Já Irma Argenta, que tem uma pequena criação de gado leiteiro diz não sentir a queda no valor da bebida, principalmente por poder produzir seus alimentos como queijo e manteiga, mas garante notar que o rancho mensal tem tido uma queda considerável no valor. “A baixa no valor da erva mate, da carne, do açúcar e do arroz já ajudam bastante a gente que precisa vir constantemente no mercado, afinal até o mês de setembro e outubro nós vinhamos e tinhamos vontade de chorar com os preços pagos em diferentes produtos das mais variadas marcas”, observa Irma.
Já Fernanda Boch, atualmente desempregada, garante que pela situação difícil que está enfrentando no momento é muito importante que haja essa baixa nos preços e, principalmente, promoções nos supermercados. “Por estar parada no momento, junto o dinheiro para ir às compras em semanas melhores, por exemplo no último final de semana o leite estava custando até R$ 1,67 em alguns estabelecimentos. Garanti uma caixa com 24 unidades para não perder e tão cedo não precisar voltar para comprar de novo”, finaliza Fernanda pedindo ainda que “os preços continuem bons assim e o valor continue caindo cada vez mais”.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário desta quarta-feira, 12 de outubro de 2016.