Dois projetos foram aprovados por unanimidade na Sessão Ordinária da segunda-feira, 20, na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves. O primeiro, de origem Executiva, foi o da abertura de um crédito no valor de R$ 100 mil para reconstrução da cancha de rodeio da Associação Bentogonçalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG). O segundo, proposto pelo vereador Rafael Pasqualotto, foi uma Moção de Aplauso ao jovem Gabriel Ficagna Zaccaron, aprovado em 18 universidades para o curso de Medicina, sendo cinco delas públicas.
O fato emocionou os familiares, que estiveram presentes à Sessão – o pai Pedro, a mãe Inês e o irmão Matheus. Filho de agricultores, Zaccaron já está na capital paulista, onde estuda na Universidade de São Paulo (USP).
A Sessão contou, ainda, com uma apresentação dos objetivos e atividades do Virada Feminina, presidido pela advogada Bruna Marin Rossatto, grupo que visa atuar pela igualdade de gênero, raça, cidadania e o empoderamento da mulher.
Vereador Da Rold
Ainda o Ministro
O vereador Davi Da Rold iniciou sua fala tocando num assunto que não gostaria, mas que, segundo ele, segue “na boca do povo”. “Estivemos com o ministro do Trabalho, mas gostaria de saber por que ele veio. Veio aqui para dizer que as vinícolas são as culpadas, sendo que a Polícia Federal afirmou que não há indícios da participação delas nos trabalhos análogos à escravidão. A imprensa repercutiu, mas não tanto quanto antes, quando foi para apontar o dedo e falar”, afirmou.
Da Rold disse ainda não ter visto grandes veículos do Brasil dando destaque aos fatos. “Além disso tudo, deputados que foram leões no nas redes sociais não abriram a boca na reunião. Logo à frente teremos outra safra. O que vamos fazer? Precisamos pensar juntos. Trabalhar, trazer turistas, mostrar nosso potencial”, encerrou.
Vereador Pasqualotto
“Quem bate, esquece. Mas e quem apanha?”
O sentimento de injustiça para com a comunidade foi destacado pelo presidente do Legislativo, Rafael Pasqualotto. “Fazem denúncias, pisam, arrebentam, depois querem remediar. Quem bate, esquece. Mas e quem apanha?”.
Pasqualotto enfatizou a vinda do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que esteve na cidade na segunda-feira, 20, mas não foi à casa de nenhum agricultor para ver qual é a realidade. “Foram até o alojamento, estava tudo limpo, organizado. Ficaram apenas com um lado da moeda. O cenário não é verdadeiro, nem justo. É parcial”, frisou, e complementou: “Trabalhadores que estão lá há 15 dias sem receber, quase sem ter o que comer, dividindo uma cesta básica entre 20 pessoas. Quero saber se o nome das empresas vai ser divulgado. Quero saber se os frigoríficos que têm propaganda na grande mídia nacional vão ter o mesmo tratamento que tiveram nossas vinícolas”.
Vereador Petroli
Sagra Trevisana
Um evento que movimentou o Distrito de Faria Lemos no fim de semana foi tema principal da manifestação do vereador Agostinho Petroli. Conforme ele, a Sagra Trevisana é a maior festa de resgate cultural da Região. “O evento sempre procurou dar a devida importância ao patrimônio cultural herdado dos imigrantes. Pena que não tinha ninguém da Fenavinho para vir ver como é uma festa típica, como se resgata a cultura”, disse.
Além disso, Petroli voltou a dizer que governar de forma “simples com excelência”, é oferecer o básico para a população. “Cortar grama, limpar ruas e calçadas, pintar meio-fio, trocar lâmpadas e recolher lixo são serviços obrigatórios do Poder Público”, frisou.
De acordo com o Vereador, o que se ouve é que a Secretaria da Saúde extrapolou os gastos previstos, não tem mais consulta com especialistas, não estão mais sendo agendados exames. “Mas se os gastos foram extrapolados com atendimentos à população? É só o Prefeito e o Secretário de Saúde virem a público explicar. Um dos fundamentos da Gestão Pública é a Transparência. A população quer saber o que está acontecendo. A saúde não está bem em Bento Gonçalves”, finalizou.
Vereador Zanella
Perseguição Política
O parlamentar Anderson Zanella foi enfático ao dizer que “não tem como não vincular todos os fatos ocorridos na região como perseguição política. Vou mais longe. Onde estão as peças públicas constituídas? Para reunião com ministros, estão aí para aparecer nas fotos. Um fiscal ganha mais de R$ 30 mil por mês, mas só vai fiscalizar por denúncia, ou seja, se não tiver denúncia, eles não trabalham?”, questionou.
Vereador Pelicioli
Agradecimentos
O vereador Ari Pelicioli aproveitou seu espaço para agradecer ao Poder Executivo pela conclusão do asfalto em parte da Rua Arthur Ziegler e da Júlio Lorenzoni, no Licorsul. Além disso, destacou que na última semana começaram as obras de uma galeria que cruza a Rua Cavalheiro José Farina, no mesmo Bairro, que certamente irá resolver os alagamentos no entorno do Salão Comunitário Santa Catarina.
Também fez um pedido à Mesa Diretora e demais colegas para que seja retomado o assunto que engloba a EEEF Bento Gonçalves da Silva. “A Câmara precisa encaminhar um ofício para a Escola e para a 16ª CRE, para que informe como está a situação. Não vamos parar até que essa Escola volte a funcionar na sua totalidade, seja através do Estado, da municipalização ou de forma mista. Mas precisamos que volte a funcionar, sem prejuízo aos colaboradores”, disse.
Outro assunto diz respeito à falta d’água que atingiu a zona norte da cidade no último fim de semana. “A RGE interrompeu o fornecimento de energia elétrica naquela região por dois dias, cessando também o bombeamento da água. Isso não podemos mais admitir. Se a empresa não tem geradores, que alugue. Não dá para deixar uma comunidade inteira sem água”, ressaltou.
Vereador Duda Pompermayer
Também o Ministro, também a Corsan
O vereador Duda Pompermayer, do Progressistas disse que, com relação à Corsan e como morador da zona norte do município, Pompermayer enfatizou que já cansou de repetir que a Companhia não entrega o serviço que deveria. “Temos quase 30 mil habitantes na zona norte. Está na hora de multar a Corsan. Temos exemplos em outras cidades, como Santa Maria, que já aplicou penalidades em mais de R$ 3 milhões por serviços mal prestados. Quem vai pagar pelo prejuízo que o setor produtivo teve no fim de semana? Se não deixam privatizar, então, vamos multar. Se o governo não quer multar, então vamos municipalizar. O que não dá mais para fazer é ficar parado esperando”.
Texto: Mônica Rachele
Fotos: Divulgação