Na edição de sábado, 18, o Semanário contou a história de Moacyr Pessalli, um aposentado que está há oito meses preso em uma cadeira de rodas, depois de sofrer uma convulsão em julho do ano passado. Por falha no diagnóstico de um exame de raio-x, o senhor de 57 anos foi mandado para a casa, quando deveria ter sido encaminhado para uma cirurgia de emergência. Após longos meses de espera, a Justiça deferiu, na sexta-feira, 17, o pedido da cirurgia de colocação de prótese total do quadril com enxertia óssea. O município tem prazo de 10 dias para cumprir a determinação.

Luci, esposa de Pessali, não conteve as lágrimas quando relatou à reportagem o momento em que uma funcionária da Defensoria Pública ligou informando a decisão da Juíza. “Antes eu ficava emocionada quando precisava contar o sofrimento do meu marido, hoje, choro de emoção, só por saber que essa espera e essa dor estão prestes a encerrar”, conta.

Já Moacyr, não tira o sorriso do rosto, pois agora acredita que irá conseguir retomar a vida. “Quero ir com meus amigos jogar um baralho, quero poder levar minha família para passear e até mesmo poder ir sozinho ao supermercado fazer as compras”, comenta o aposentado.

Luci acredita que se, realmente a cirurgia for feita no prazo determinado pela Justiça, as dores de cabeça e os gastos extras com remédio irão cessar, afinal, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não possui os medicamentos necessários para o aposentado. “Por mês gasto mais de R$ 250 só na farmácia. Na UPA não há nem Gardenal, e esse ele toma dois por dia. Remédio para pressão e para a dor, é impossível de conseguir”, salienta a esposa.

Contudo, a preocupação ainda faz morada na casa dos Pessalli. Isto porque, caso o procedimento não seja realizado no prazo determinado pela resolução do Judiciário, Luci precisará dar início a um novo procedimento, que delongará ainda mais a realização da operação. “A Defensoria me garantiu que, se o município não nos procurar para darmos encaminhamento à cirurgia, precisarei ir em busca de três orçamentos de diferentes médicos da cidade, para que então, o município, juntamente com o estado, paguem o que é exigido. Não queria ter que chegar a esse ponto, mas se for necessário, iremos atrás de nossos direitos”, observa.

Sindicância interna

O secretário da saúde, Diogo Siqueira, garantiu à reportagem que será aberta uma sindicância interna para que sejam avaliados os exames que Pessalli realizou no dia em que foi encaminhado com urgência para UPA. Ele preferiu não informar sobre prazos, mas salientou que esse tipo de processo demora em média trinta dias para ser concluído. Na terça-feira, 21, Luci entregou na Secretaria da Saúde os exames que já haviam sido feitos por Pessali, e aguarda retorno.

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