Sou uma artista que busca eternizar memórias por meio da arte, levando na minha mala um intenso sentimento de gratidão e, quem sabe, servir de inspiração para tantas outras pessoas

Uma ainda jovem, mas grande artista. Julia Pasquali nasceu em Bento Gonçalves, filha de Maristela e Pedro Pasquali. Dedicada, ponderada e comprometida naquilo que faz, a jovem, que recém está finalizando o Ensino Médio, já está alçando novos voos e no próximo ano estará cursando graduação em Artes Visuais pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Apesar da pouca idade, ela sabe muito bem o que quer, pois a arte sempre esteve presente em sua vida. A arte entrou na vida de Julia ainda quando pequena, mas foi aos oito anos que ela descobriu o ‘dom’ para os desenhos e, a partir disso, foi aprimorando. “Com essa idade fui diagnosticada com ostiomielite, e depois de um intenso tratamento com antibióticos, os medicamentos pararam de fazer efeito, o que me obrigou a ficar internada durante quinze dias no hospital para tratar o problema. Minha família sempre comentou que eu era uma criança muito agitada e eles precisavam de uma alternativa para me manter entretida e quieta dentro daquele ambiente hospitalar. Por isso, as enfermeiras começaram a entregar desenhos para colorir, folhas para desenhar, entre outros”, relembra.

O principal incentivo para que ela continuasse expressando sua arte foi da família. “Após a saída do hospital, meus pais, mesmo nos encontrando em retenção de gastos devido aos altos valores do meu tratamento, me incentivaram como podiam, comprando cadernos de desenho, lápis novos, entre outras coisas. Assim, passei os anos seguintes aprendendo tudo que sabia por conta própria, até que, com 12 anos, surgiu a oportunidade de fazer algumas aulas de desenho com a professora Marjori Brandolt Vaccari, para aprimorar o que eu já sabia e acredito que, esse foi o ponto crucial que me deixou ainda mais apaixonada pela arte. A partir daí, lancei minha primeira exposição e prossigo até hoje no ramo artístico”, comenta.

Como uma boa libriana, a persistência e a teimosia, que por muito tempo julgava ser um defeito, agora são considerados pontos fortes. “Não importa os obstáculos que são impostos, o tempo que é levado, se acreditam ou não em mim, se eu realmente tenho algo em mente, seja um novo projeto, uma nova ideia e eu vejo isso como promissor, eu vou até o fim para realizá-lo. Porque eu tenho fé em mim e sei onde quero chegar. Um exemplo disso é a minha atual exposição: “Memórias; Una Storia Innaffiata dal Vino”, que buscou resgatar algumas memórias e experiências do falecido empresário – e meu avô do coração – Sr. Moysés Luiz Michelon (a qual teve muito apoio da família Michelon e da Elaine – sua filha mais nova – em especial)”, conta.

Julia por Julia

O que faz você rir? Olha, difícil mencionar algo em específico, pois, segundo minha família, dificilmente estou séria (risos);

Quem o inspira? Por quê? Costumo dizer que tive/tenho muitas inspirações ao longo da minha vida. Desde minha família a pessoas que tive a oportunidade de conviver/conhecer e cada um, de certa forma, me inspirou com suas histórias, seus feitos, etc. Já na área artística me identifico e me inspiro muito em dois artistas atuais: Charles Laveso (brasileiro) e Emanuele Dascanio (italiano);

Você tem hobbies ou passatempos? Tenho sim. De todos, a leitura é o meu principal passatempo, mas cultivo outros, como a escrita e a música (muito incentivada pela minha avó que deu meu primeiro acordeon);

Praia ou campo? Difícil, afinal cresci parte da minha vida no interior da cidade, mas acho que praia.

Um ídolo: na minha área, Emanuele Dascanio.

Uma paixão: o desenho, com certeza.

Livros? São muitos para citar um favorito aqui, mas acredito que um gênero seria distopia.

Sobre o futuro, quais são os seus planos? Confesso que essa pergunta me deixa um pouco nervosa (risos), afinal, acredito ser uma enorme responsabilidade pensar nisso com 18 anos, enquanto encerro um ciclo em minha vida e estou prestes a iniciar um novo. Primeiramente, sigo com o mesmo intuito ao qual iniciei. Inspirar. Espero poder levar minha arte cada vez mais longe e inspirar cada vez mais pessoas, espero poder eternizar ainda mais memórias de pessoas pelo mundo e, bom, após a faculdade, pretendo prosseguir transmitindo conhecimento, lecionar, talvez? Mas ainda é algo vago, afinal em um ano eu estava na cama de um hospital e no outro estava lançando minha primeira exposição. Mas isso também não significa que não possuo metas em minha vida (a curto e longo prazo), porém independente do que for, desde que eu siga na minha área, no ramo da arte, posso afirmar com todas as letras que serei bem sucedida na vida.