Um estudo realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Geração Empreendedora (GeraçãoE) e Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul (Fajers), apontou que que 76% dos jovens gaúchos, com idade entre 25 e 35 anos, têm a intenção de abrir seu próprio negócio. O estudo entrevistou mais de 1,7 mil pessoas, convidadas a responder um questionário online. A coleta de dados ocorreu em dezembro do ano passado. Em Bento, jovens exploram oportunidades e encaram os desafios de terem seus empreedimentos. Mesmo com as dificuldades iniciais quanto à fidelização do cliente e a grande concorrência no mercado, eles apostam em inovações para ganhar espaço.

Para a técnica da unidade regional do Sebrae Serra Gaúcha, Viviane Schena, o primeiro passo para iniciar o próprio negócio é identificar as oportunidades e procurar saber o potencial de viabilidade econômica e de mercado. “Tudo deve ser bem pensado. É preciso também ter perfil empreendedor e afinidade para atuar no segmento escolhido”, comenta. “Estar atualizado no ramo, com profissionalização continuada da gestão é um diferencial para quem almeja sucesso, mas o principal, sem sombra de dúvidas, é identificar a oportunidade para abrir o negócio, estudar a demanda, os fornecedores, a concorrência, ver o quanto será investido inicialmente, oferecer um preço justo para cobrir os custos e gerar lucro”, afirma.

Ainda, segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados disseram já possuir um empreendimento próprio. No total, 63% responderam que estão interessados em abrir um negócio. As principais características empreendedoras apontadas pela pesquisa foram o “planejamento”, para 38,8% dos entrevistados, e a “persistência” (30,9%). Os dados apresentaram também que 62,5% dos homens que participaram da pesquisa já são empreendedores. Já para as mulheres, esse número chegou a 53,7%.

De acordo com a técnica do Sebrae, manter-se constantemente informado com as tendências deve ser considerada um ponto importante para o sucesso do empreendedorismo. Para ela, a formação de uma boa rede de contatos, relacionamento e um perfil de profissional destemido e disposto a enfrentar os desafios inerentes à rotina também são fundamentais, aliados ao planejamento contínuo, controle das finanças, respeito à capacidade financeira, formação profissional e investimentos na formação também são fundamentais. “São diversos pontos que precisam de acompanhamento contínuo. O empreendedor precisa vender, mas também, precisa estar de olho nas constantes mudanças do mercado, nunca esquecendo os seus valores e do seu negócio”, explica.

Iniciativa para novos empreendimentos

Com o intuito em oferecer auxílio às pessoas que tenham o desejo de se tornar empresárias, o Sebrae promove o Empretec, uma metodologia da Organização das Nações Unidas – ONU voltada para o desenvolvimento de características de comportamento empreendedor e para a identificação de novas oportunidades de negócios, promovido em cerca de 34 países. O evento ocorre entre 10 a 15 de julho de 2017, das 8h às 18h, na unidade do Sebrae (rua Dr. Casagrande, 5, Centro).

Conforme Viviane, o Empretec gera mudanças na vida e na empresa dos participantes, “e essas transformações podem ser confirmadas após a conclusão das atividades propostas durante os dias de evento. Acreditamos que o conhecimento sobre gestão de negócios, questões que levam um empreendedor a seguir suas ideias adiante, são a base para o sucesso nas micro e pequenas empresas”, finaliza.

Atento às novidades do mercado

Proprietário de uma empresa voltada à estética e alimentação de animais, Leandro Taffarel, 28, sempre sonhou em ter a sua empresa. Aos 24 anos, ele decidiu abrir a Taffarel AgroPet. “Num primeiro momento, não sabia o que realmente queria. Tinha uma ótima profissão e salário, porém, queria ter o meu empreedimento e por amar os animais, resolvi investir nessa área”, comenta.

Segundo o jovem, os primeiros passos foram dados com dificuldade, principalmente pela concorrência existente. “O mais complicado foi a fidelização dos clientes, principalmente por termos uma variedade de lojas do ramo. Fazer o cliente lembrar da nossa marca foi bem difícil. Mas conseguimos”, comemora.

Taffarel passou a estudar e participar de palestras voltadas à administração de empresas, com o objetivo de aprimorar a gestão de seu empreendimento. “Participo de cursos e leio muito sobre o segmento de mercado e novas tecnologias. Tenho o objetivo de melhorar diariamente o atendimento na loja”, afirma.

Conforme o empresário, seu negócio não teria funcionado sem a sua persistência. “Hoje sou muito lembrado, pois aqui na loja procuramos fazer um trabalho distinto, vendendo o que o cliente realmente necessita”, pontua.

Ideias diferenciadas no setor

A agente de viagens Janaina Giordani, 30, percebeu a necessidade de abrir um negócio próprio, após buscar experiência na área, devido a sua formação profissional. “Eu observei fatores que poderiam ser implantados para melhor atender o cliente. Por isso resolvi abrir meu empreendimento e colocar em prática ideias diferenciadas, aliadas à autoconfiança na busca pelo sucesso”, afirma.

Assim que ela abriu a Lenitour Viagens e Turismo, começaram a aparecer as primeiras dificuldades do ramo. “O mais difícil foi a captação de novos clientes e a concorrência no ramo pela região”, lembra. Mesmo com um alto risco de não obter êxito profissional, Janaina continuou focando no atendimento personalizado, com o objetivo de fidelizar a clientela, que, segundo ela, “propiciou uma rede de contatos promissora”.