Nesse meio tempo sem escrever, rascunhei alguns parágrafos com desabafos, teorias furadas, fórmulas ineficientes e algumas ironias. Mas no fim das contas serviu apenas como consolo. Então preferi vir falar sobre pessoas que amam o que fazem ou simplesmente dão o seu melhor naquilo. E como isso reflete e ninguém fala sobre, não é?
E não tem nada a ver com o episódio da Zara (tsc).
Sábado fui até a farmácia Droga Raia comprar minhas pílulas mágicas. Havia algumas pessoas na minha frente. Saí de casa só pra isso e assim que cheguei, já estava com pressa pra voltar. Típico do ansioso paranóico. Ao invés de revirar os olhos por estar esperando uma senhora entrar e sair para falar com seu marido que estava no carro – e não podia caminhar, e por outra moça estar procurando um remédio mais eficaz para sua dor, respirei fundo algumas vezes e percebi o quanto aqueles atendentes/farmacêuticos estavam se dedicando a cada cliente.
Depois disso, resolvi me declarar a algumas pessoas que eu admiro e dizer para quem eu ainda não elogiei pessoalmente, pode ter certeza que vou fazê-lo.
A mulher que trabalha no caixa do Posto Cavalleri, no Borgo, que me atende como se fosse minha amiga desde a primeira vez que me viu, me chama pelo nome e quando eu entro já pega o veneno de sempre pra eu levar. O frentista, que faz piada pra eu rir, mesmo pagando 7 conto na gasolina, e se despede dizendo: até amanhã, moça. Rindo mas, de nervoso.
A senhora que trabalha no caixa do MaxiCompras, atenta, ágil, inteligente e simpática. Os jovens deveriam fazer um cursinho com ela. Eu amo essa mulher!
A proprietária da Abentê Store, que nem sabia que eu existia e me entregou uns 600 reais em mercadoria, sem eu ter passado o cartão, porque ela ia me enviar um link para pagar. Achei que era na hora e fiquei esperando na loja. Mas não, ela me enviou o link tipo sei lá UM DIA DEPOIS PELO WHATS.
A equipe do Hospital Tacchini que salvou minha mãe e tratou como a rainha que ela é. Desde a entrada, a portaria que me acolheu quando cheguei esbaforida, sem meia, com as calças molhadas. Não tem como descrever o atendimento que tivemos, e na internação, os profissionais do SUS que estiveram com ela.
Ao casal do Parada Obrigatória pela parceria. E desculpa qualquer coisa, vizinhos!
Eu tento, juro, não transbordar meus problemas no mundo, ele já está tão cheio e com pessoas inocentes a mim. Mas tem algumas pessoas que, sei lá, emanam sua alegria de viver, grande ou pequena, e respinga nos outros com tanta facilidade. Que ainda acreditam, que tem empatia, confiança. Que a chama nunca se apaga. Obrigada por existirem.
Ontem eu já deixei de pegar o elevador do prédio para não ver a cara de ninguém, mas tudo bem, um dia de cada vez, as pílulas mágicas logo farão seu efeito.