De tempos em tempos encontramos pessoas com as velhas queixas: não conseguem dormir quando tanto o precisam, ou seja, durante a noite. Estas pessoas não conseguem adormecer e quando conseguem, passam a ter um sono intranquilo, frequentemente interrompido e seguido de um novo e longo período de vigília.
Para entendermos melhor todo esse problema, será preciso considerar que não há um tempo de sono padrão.

Cada pessoa tem o seu ciclo de vigília e sono o qual está sujeito à influência de uma série de fatores e que vão desde hábitos comportamentais, hábitos alimentares e mesmo fatores extrínsecos e alheiro à própria vontade.
Comecemos, pois, pelos hábitos comportamentais. Pessoas com o seu dia a dia muito desorganizado, que “dormem” muito, isto é, que passam muitas horas por dia acamadas, por não terem o que fazer ou por serem depressivas, tendem a desorganizar o seu horário de sono. Com isto, não conseguem estabelecer um ciclo vigília-sono regular: dormem até tarde, manhã adentro, cochilam após o meio dia e depois, quando a noite chega, começam a contar as batidas do relógio: meia noite, duas horas, três horas, e assim por diante. Entre os fatores alimentares podemos citar as refeições fartas, tarde da noite, especialmente aquelas muito gordurosas ou a ingestão de bebidas estimulantes como o chimarrão e o café, próximo ao horário de deitar. Entre os fatores ambientais ou extrínsecos poderíamos considerar o consumo de grande quantidade de bebida alcoólica, o tabagismo, o estresse e também a prática de exercícios físicos próximo aos horários de dormir.

Temos que lembrar também que o tempo ideal de sono muda de pessoa para pessoa. Assim, alguns necessitam de cinco horas e outros precisam de oito ou nove horas bem dormidas para se sentirem revigorados. Além disto, há também uma grande variação relacionada ao sexo e à própria idade das pessoas: crianças de colo dormem dezoito a vinte horas, um indivíduo de quarenta anos, de uma atividade intelectual muito intensa, pode conseguir descansar com cinco horas de sono enquanto que um ancião de oitenta anos talvez necessite de dez ou mais horas para conseguir este resultado.

O que fazer para solucionar este problema? Diria que, antes de qualquer coisa, uma vida regular e saudável e uma boa alimentação poderão solucionar esta dificuldade. Fazer cinco ou seis refeições pequenas ao longo do dia, certamente irá trazer um maior bem estar o qual contribuirá para a chegada do tão merecido sono ao final da jornada diária de trabalho. Há um antigo ditado que diz: “Der Mensch ist ein Gewohnheitstier”, ou seja o ser humano precisa de hábitos para viver bem. Quase todos os seres vivos estão ativos durante o dia e dormem durante a noite. O ser humano também não é muito diferente. Portanto, “quem cedo madruga…”. Lógico, não precisamos acordar o galo para seu primeiro canto. Assim, quem consegue aproveitar bem o dia, com a chegada da noite certamente poderá cair “nos braços de Morfeu” para o devido descanso.

Texto: Ivan Seibel
Fonte Folha do Mate